Neymar voltou a ter uma boa atuação em campo, mas dessa vez pela Seleção Brasileira. Contra o Equador, em jogo que valia a permanência do Brasil na Copa América, o atacante do Santos foi decisivo, marcando dois dos quatros gols da vitória por 4 a 2.
E não é que o faro de gol está no sangue! Também como atacante, Neymar, o pai, era decisivo e já foi até campeão com o futebol. Mas apesar do mesmo nome e da mesma posição que o filho, quem viu Neymar pai jogar afirma que ele não era nada parecido com Neymar Júnior em campo.
– Eles são diferentes. Os dois jogam bem, mas o Neymar pai era mais calmo em campo – ressalta Maninho de Barros, presidente do Operário durante a campanha do título de campeão Mato-grossense de 1997 e responsável pela contratação do atacante.
Em solo mato-grossense
Neymar da Silva Santos chegou ao Operário no dia 13 de agosto de 1997 e veio com a responsabilidade de ser o homem-gol do time que estava lutando pelo título de campeão mato-grossense.
Neymar estreou pelo Tricolor várzea-grandense em Cáceres, a 250 quilômetros de Cuiabá, na primeira partida da semifinal, e mostrou que tinha jeito de artilheiro. O atacante fez um gol e deu o passe para outro na goleada por 4 a 1 em cima do Cacerense. Destaque no jogo, Neymar quase ficou fora da partida.
– Quando estávamos indo para Cáceres, paramos em um posto e acabamos esquecendo o Neymar lá. Quando percebemos, já estávamos 30 quilômetros distante do posto. Voltamos para buscá-lo, ainda bem – conta Geraldo Malaquias, ex-roupeiro do Tricolor.
A vinda do atacante para o Operário aconteceu por acaso. Em uma viagem ao Paraná, para assistir a uma partida do Paranaguá Futebol Clube em busca de reforços para o Operário, Maninho de Barros se impressionou com o jogador, que estava atuando pelo time adversário do paranaense.
– Ele estava fazendo um ótimo jogo e marcou um gol. No intervalo fui perguntar para o Laurinho, atacante do Paranaguá, quem era aquele jogador. Aí ele me disse, é o Neymar. Quando terminou o jogo fui atrás dele e fiz uma proposta. Ele disse que não podia aceitar ainda porque tinha que conversar com a família, que estava em Santos – conta Maninho, que voltou para Várzea Grande com alguns jogadores, mas sem Neymar.
Algum tempo depois o jogador entrou em contato com o dirigente, afirmando interesse em vestir a camisa do Tricolor várzea-grandense, mas com um porém:
– Ele disse que tinha que trazer a família e eu falei que ele podia vir e trazer todo mundo – relembra o ex-presidente.
Após passar pelo Cacerense, o Tricolor de Várzea Grande enfrentou o União de Rondonópolis pela final do Estadual. No primeiro jogo, na casa do adversário, um empate sem Neymar em campo. No segundo jogo, em Cuiabá e com o atacante, o Operário conquistou a vitória e o seu 11º título de campeão Mato-grossense.