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Santos bate o Corinthians e confirma soberania paulista nos anos 2000

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O Santos não deve ser orgulhar apenas por ser o único clube brasileiro que sobreviveu às oitavas de final da Copa Libertadores da América. O time do litoral também é soberano regionalmente, ao menos nos anos 2000. Ninguém ganhou mais títulos paulistas no novo milênio do que os santistas. O mais recente foi conquistado na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, com vitória por 2 a 1 sobre o rival Corinthians.

O predestinado volante Arouca no primeiro tempo e o astro Neymar (com ajuda de Julio Cesar) no final do segundo marcaram os gols da vitória dos campeões. O meia Morais descontou para os corintianos aos 40 minutos.

O Santos agora coleciona 19 títulos estaduais, os últimos quatro em 2006, 2007, 2010 e agora 2011. O Corinthians, com 26, continua com três obtidos neste século – 2001, 2003 e 2009, este contra os próprios santistas, que se vingaram neste final de semana. A supremacia paulista certamente serve de motivação para a equipe da Vila Belmiro estender o seu poderio à América.

Na quarta-feira, embalado pelo título do Paulistão, o Santos receberá o colombiano Once Caldas no Pacaembu, pela partida de volta das quartas de final da Libertadores. No sábado, o adversário será o Internacional, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. Já o Corinthians estreará na competição nacional um dia depois, contra o também gaúcho Grêmio, em Porto Alegre.

O jogo – O técnico Tite tinha motivos para rezar, como fez ao subir no gramado da Vila Belmiro cerca de uma hora antes do início da final do Campeonato Paulista. Ao contrário da dupla sertaneja Hugo e Tiago, que não contagiou os torcedores no show que promovia naquele momento, o Santos logo conseguiu levantar o público com jogadas de efeito e muita velocidade.

O Corinthians até tentou cumprir o que Tite prometia: atacar o Santos na Vila Belmiro. Desde os primeiros minutos da decisão, no entanto, a equipe visitante justificou a necessidade de treinar intensamente bolas paradas na última semana. Parecia ser esse o único caminho possível para incomodar o goleiro Rafael, que assistiu à defesa santista afastar cobranças de falta de Chicão e Bruno César em menos de dez minutos.

O Santos logo passou a controlar o clássico. Os comandados de Muricy Ramalho não sentiram a ausência do meia Paulo Henrique Ganso, lesionado. A bola chegava com facilidade ao ataque através de Léo, Arouca, Elano, Alan Patrick e Zé Eduardo. O último deles recebeu livre de marcação dentro da área aos 14 minutos, ajeitou e chutou para as redes. A arbitragem assinalou impedimento na jogada.

Quando a maioria da torcida na Vila Belmiro ainda protestava contra o gol anulado, dois minutos depois o Santos transformou a revolta em alegria. Léo acionou Zé Eduardo na esquerda, e o atacante cruzou rasteiro para a chegada de Arouca. O volante completou para o gol. Justo ele, que jamais havia marcado um gol pelo clube e sonhara com a quebra desse jejum na decisão.

O Corinthians precisou se expor mais após ficar em desvantagem no placar. Por isso, Jorge Henrique chutou da entrada da área, por cima do gol, já em seguida. Mas os problemas corintianos eram visíveis: a equipe tinha pouco poder de criação e insistia em centralizar o jogo. Entre os atacantes, Dentinho continuava regular – ou seja, em má fase – e Liedson pouco tocava na bola.

O técnico Tite e os seus jogadores extravasavam a instabilidade corintiana no árbitro Luiz Flávio de Oliveira, que assinalava poucas faltas. Até o ex-atacante Ronaldo, presente na Vila Belmiro para torcer pelo Corinthians, reforçou as críticas pelo seu Twitter patrocinado. “Esse árbitro está de sacanagem”, publicou, no instante em que o Santos voltava a assustar o goleiro Julio Cesar.

Apesar de perder o lateral direito Jonathan, lesionado, o time da casa seguiu mais perigoso com a entrada de Pará. O inspirado Arouca ficou com uma sobra de bola de fora da área e bateu bonito, aos 34 minutos. A bola parou na trave, o suficiente para a pressão santista ficar mais forte. Foram pelo menos três boas chances de gol antes do intervalo: a primeira com Zé Eduardo, que bateu para fora, a segunda com Alan Patrick, por cima do travessão, e a última com o destaque Neymar, incrivelmente chutando em cima de Julio Cesar.

Tite recorreu a uma alternativa comum para o segundo tempo. Destaque nas quartas de final e nas semifinais, o atacante Willian substituiu Dentinho – que tem proposta do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e pode ter se despedido do Corinthians. Já aos quatro minutos, porém, o Santos voltou a acertar o gol: depois de cobrança de escanteio, Durval desviou de cabeça, e Alan Patrick conferiu – em impedimento, de acordo com a arbitragem.

O Corinthians, ao menos, ficou com mais posse de bola do que o rival no princípio da etapa complementar. Nem assim Tite se acalmou. Aos 20 e aos 24 minutos, o técnico fez a sua segunda e terceira alterações: Cachito Ramírez e Morais entraram no lugares de Paulinho e Bruno César. Como o Santos estava cansado em campo, Muricy Ramalho respondeu com a troca do experiente Léo (ovacionado pela torcida ao sair) pelo jovem Alex Sandro. Mais tarde, Possebon ocupou a vaga de Alan Patrick.

A apreensão nos minutos finais do Campeonato Paulista era tamanha que a torcida do Santos silenciou momentaneamente. Para sorte dos santistas, Julio Cesar estava ainda mais nervoso. O goleiro do Corinthians permitiu que um chute fraco de Neymar entrasse, aos 38, com assistência de Zé Eduardo. Os gritos de “bicampeão” só foram interrompidos dois minutos depois porque Morais recebeu na esquerda e chutou cruzado para descontar para os vice-campeões.

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