Às 16 horas (de Brasília) deste domingo, a Vila Belmiro receberá os dois clubes que mais ganharam títulos paulistas nos anos 2000. Com três conquistas cada, Santos e Corinthians definirão qual foi a equipe com melhor desempenho regional nas últimas temporadas após empatarem por 0 a 0 no Pacaembu, na semana anterior. Uma nova igualdade levará a decisão para os pênaltis.
“Ao longo desse tempo, Corinthians e Santos talvez tenham sido os times que se estruturam melhor, com bons trabalhos realizados”, analisou o técnico Tite, que só conquistou títulos por clubes gaúchos (Veranópolis, Caxias, Grêmio e Internacional) até então. Em São Paulo, por outro lado, o Corinthians é o maior campeão: ostenta 26 troféus, os últimos em 2009, 2003 e 2001. Já o Santos acrescentou as taças de 2010, 2006 e 2007 à sua galeria, com 18 campeonatos estaduais.
Para ficar com a supremacia paulista no milênio e vingar a derrota para os corintianos na final de dois anos atrás, os santistas agora contam com a Vila Belmiro. Será a primeira vez em que o Santos decidirá um campeonato em formato de mata-mata em seu estádio, onde o Corinthians foi campeão estadual por pontos corridos em 1930 e em 1941. “Já enfrentei o Santos várias vezes na Vila e sei como é difícil. É um ingrediente a mais para nós, pois os times que vêm jogar aqui costumam ser muito pressionados. Esperamos retribuiu o apoio do torcedor”, destacou o zagueiro Edu Dracena.
Tite, no entanto, não se intimida com a pressão. O treinador garantiu que não mudará a postura do Corinthians como visitante. “As equipes que se preparam para um título precisam ter naturalidade para jogar dentro e fora de casa com a mesma qualidade. Não vamos fugir das nossas características”, prometeu, sem convencer todos os seus comandados. “A Vila será um verdadeiro caldeirão. Precisamos aproveitar os contra-ataques”, afirmou o zagueiro Leandro Castán.
Ao menos teoricamente, o Corinthians também terá uma vantagem neste final de semana. Tite e os seus jogadores estavam concentrados exclusivamente no Campeonato Paulista, enquanto o colega Muricy Ramalho também dirigiu o Santos na Copa Libertadores da América. “Estamos vivendo um momento único. Todos os atletas querem passar por isso. Vamos deixar o cansaço de lado para estar com tanque cheio e correr bastante. É a oportunidade de ser campeão paulista”, animou-se o goleiro Rafael, que não sofre gols há seis jogos.
Mas Tite não admite escutar que o Santos está desgastado para a decisão. “Há uma preparação para a temporada. Jogando ou treinando, você está realizando um trabalho para ter ritmo de competição”, explicou, sem entrar em polêmica com Muricy Ramalho, que tem se queixado bastante do calendário do futebol brasileiro. “Não interpreto nada do que ele diz, até porque falo as coisas diretamente. O Muricy agiria da mesma forma”, ponderou.
Por causa da sequência de partidas ou não, o Santos perdeu um dos seus destaques para o clássico decisivo. O meia Paulo Henrique Ganso sofreu lesão muscular na coxa direita no Pacaembu. Outra ausência será a do volante Danilo, suspenso. Em compensação, os demais titulares estão à disposição de Muricy Ramalho, que escolheu Alan Patrick e Adriano como substitutos para os seus desfalques. Até o volante Arouca se recuperou de um edema muscular na coxa esquerda. “Eu me sinto pronto para jogar. Vai ser difícil, mas quero ajudar o Santos a ser campeão”, discursou.
No Corinthians, Tite não teve problemas para definir a sua escalação. O treinador acabou com a dúvida entre Dentinho (em má fase e próximo de acertar transferência para o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia) e Willian no ataque, ao indicar que optará pela manutenção do prata da casa como parceiro de Liedson. “A tendência é essa”, avisou. O lateral direito Alessandro, por sua vez, está livre de suspensão e reforçará a equipe corintiana contra o seu ex-clube na Vila Belmiro.