Não foi fácil. O Cruzeiro-RS deu trabalho, ofereceu resistência, mas, novamente, o espírito guerreiro salvou o Grêmio. O Tricolor gaúcho levou a melhor por 3 a 2 e assegurou vaga na final da Taça Farroupilha, segundo turno do Campeonato Gaúcho. O próximo adversário sairá do duelo entre Internacional e Juventude, marcado para o domingo.
Antes do apito inicial, a partida gerou polêmica. Impossibilitado de jogar em seu estádio, o Estrelão, (por não ter as condições mínimas solicitadas) o Cruzeiro optou por mandar o duelo no Passo de Areia, casa do São José, outro clube de Porto Alegre. O problema ocorreu porque o gramado é sintético.
O Tricolor – que, durante a semana, se classificou para as oitavas de final da Copa Libertadores após superar o Liverpool no Uruguai por 3 a 1 -, bem que tentou retroceder a decisão, porém não obteve sucesso.
Sem Bruno Collaço e Gilson, o técnico Renato Gaúcho optou por recuar Lúcio, que vinha atuando como meio-campista, à sua posição original, a lateral esquerda. Desta forma, Willian Magrão acabou recebendo uma chance entre os 11 titulares.
O jogo – O Grêmio, campeão da Taça Piratini (primeiro turno do Gaúcho), começou o confronto com tudo. Já no primeiro minuto, Willian Magrão recebeu na entrada da área e chutou forte para boa defesa de Fábio. Mas o ímpeto inicial dos visitantes durou pouco e, poucos minutos depois, o ritmo da partida diminuiu.
Enquanto o Tricolor tentava infiltrar pelo meio e ia sendo prejudicado pelo campo sintético e molhado (antes do embate, choveu na capital gaúcha), o Cruzeiro apostava suas fichas nas ligações diretas e nos contra-ataques rápidos.
De tanto bater no paredão dos anfitriões, o desânimo tomou conta do Grêmio. Douglas bem que tentou algumas jogadas individuais, contudo não criou nada de muito claro. Em contrapartida, o Cruzeiro foi ganhando confiança e, aos 33 minutos, após boa jogada de Jô, Almir cruzou para área e Mauro dividiu com Victor.
No lance, o goleiro gremista, figura frequente na seleção brasileira, sentiu o ombro direito, foi substituído e aumentou a lista de preocupações do técnico Renato Portaluppi, que, na terça-feira, receberá a Universidad Católica, do Chile, no Olímpico, pela Libertadores.
Mas, após o susto e a má notícia, a sorte do Grêmio mudou. Após lançamento em profundidade, o jovem atacante Leandro driblou o zagueiro, tirou do arqueiro adversário e balançou as redes: 1 a 0 Grêmio.
Com o tento, o Tricolor partiu para cima. Adílson, de longe, carimbou o travessão e animou ainda mais a “avalanche” improvisada da torcida.
A segunda etapa começou de forma alucinante. Logo no primeiro minuto, Claudinho subiu mais que todo mundo e, após cobrança de falta, cabeceou para o fundo da meta de Grohe.
Mas a resposta gremista veio apenas cinco minutos depois. Willian Magrão arriscou de longe, a bola desviou na zaga e morreu no fundo das redes de Fábio.
Mesmo à frente, o Grêmio, talvez por já ter vaga na decisão estadual, não fez forças para sacramentar o resultado, deixou os mandantes gostarem novamente do jogo e, aos 16 minutos, foi castigado. Após lindo cruzamento de Márcio, Léo Maringá testou para deixar tudo igual.
Apesar de não protagonizar uma boa atuação, o Grêmio tratou de reforçar a fama de copeiro. Aos 29 minutos, Rochemback bateu falta e o zagueiro Rafael Marques, de carrinho, marcou: 3 a 2.
O gol desestabilizou os jogadores do Cruzeiro. Após dar um pontapé, Alberto levou cartão vermelho e facilitou o ingresso do Grêmio à final. O outro integrante da decisão será definido no domingo e sairá do clássico entre Internacional e Juventude. Caso o Grêmio conquiste a Taça Farroupilha, unificará os títulos e será campeão estadual com antecedência.