Após mais de 30 anos, o Cruzeiro voltou para ficar. Mais uma vez a Dupla Gre-Nal foi vítima do pequeno clube da Capital. O Estrelado havia dificultado a vida dos titulares do Grêmio na semifinal. Novamente no Olímpico, encarando os reservas gremistas, o Cruzeirinho pareceu ser o time grande em campo e aplicou 2 a 0, na abertura da segunda rodada da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho. Os gols foram marcados por Diego Torres e Almir.
Na estreia da competição, no seu retorno à elite do futebol do Estado após mais de três décadas, o Cruzeirinho, como é carinhosamente chamado, venceu o time B do Inter. Agora, superou os reservas do Tricolor, cujos titulares foram poupados para a Libertadores. Em quatro jogos contra os grandes de Porto Alegre, a equipe da zona leste venceu duas vezes, nunca diante dos principais jogadores, empatou uma e perdeu outra.
Em dois jogos da metade final da competição, o Cruzeiro faz campanha invejável, liderando o Grupo 2 com seis pontos, dez gols marcados e nenhum sofrido. No sábado, o time enfrenta o Inter de anta Maria, fora de casa.
O Jogo – A garotada gremista, apesar de bons valores individuais, mostrou fragilidade quando joga junta. Teve pouco poder de marcação e uma criação próxima da nula. Em campo para ganhar confiança, após seguidas atuações fracas, Carlos Alberto atuou onde gosta e com a obrigação de reger os jovens. Novamente, ele naufragou, voltando a render muito abaixo do esperado. Pouco criativo, o meia ainda foi expulso por simulação no início do segundo tempo. O técnico Renato Gaúcho também foi excluído por ter aplaudido ironicamente a arbitragem.
Pelo Gauchão, o Grêmio volta a jogar no domingo diante do Porto Alegre, a pior campanha do Estadual. Antes tem Libertadores, quinta-feira, diante do León, no Peru. O jogo – A garotada do Grêmio, com média de 21.9 anos, entrou em campo com o ímpeto de quem quer mostrar serviço, de quem precisa mostrar seu valor para ganhar seu espaço. Aos 2 minutos, Emerson quase marcou por cobertura, mas Faísca afastou a bola centímetros antes de ela cruzar a linha. Essa vontade de decidir tudo o quanto antes transformou a partida em um confronto franco, mas com poucas finalizações.
A chance da abafada tarde era especial para Carlos Alberto. Sem render o que dele se espera em seus primeiros jogos pelo Grêmio, o meia, o mais experiente do time, tinha a chance de atuar onde gosta. Adiantado, atrás dos dois atacantes, ele teria a liberdade para criar, dar dribles e ter vitórias pessoais. Nada disso ocorreu. O jogador não comandou o time, pouco tentou e esteve apagado.
Aos poucos o jogo aberto se tornou de domínio do Cruzeiro, habitando o campo gremista e controlando o meio-campo. Quando o erro defensivo ocorreu, o Estrelado aproveitou a oportunidade. Um buraco apareceu na frente da área, Almir recebeu e tocou de primeira para Diego Torres. O camisa 10 chutou e colocou os visitantes na frente.
O empate esteve próximo em uma oportunidade com Diego Clementino. Em lance de velocidade, ele ingressou na área e bate para defesa do goleiro Fábio. Os defeitos Tricolores se multiplicavam, em um dos últimos lances da etapa inicial, um contra-ataque de seis adversários contra três defensores não foi aproveitado pelo Cruzeirinho por falta de capricho.
De onde se esperava vir a sabedoria para acalmar os jogadores da base gremista surgiu uma grande bobagem. No primeiro lance ofensivo do Grêmio, Carlos Alberto simulou pênalti. Com um amarelo na conta, ele recebeu o segundo, que se transformou em vermelho. Jogando para a torcida, o técnico Renato Gaúcho entrou no campo aplaudindo ironicamente o árbitro Márcio Coruja. Depois, começou a reclamar com o dedo indicador em riste, sendo, também, expulso.
De algum modo, os donos da casa passaram a jogar mais, mesmo com a desvantagem numérica. Foi o momento em que o gol de empate esteve mais próximo. Foram duas chances desperdiçadas. O Cruzeiro se fechou a espera do espaço que iria aparecer. A estratégia funcionou. Matheus salvou nos pés de Jô, mas nada pôde fazer logo depois. Após toques rápidos, Almir bateu da meia-lua para ampliar, aos 17 minutos.
A boa vontade dos jogadores do Grêmio pouco se traduziu em lances de perigo. A defesa anda passou por sufoco, vendo a bola explodir na trave. Sem forças, o 2 a 0 se manteve até o fim.