Mesmo com o retorno de um ídolo, o Palmeiras não conseguiu atingir os 22 pontos que Luiz Felipe Scolari definiu como meta depois de nove rodadas no Campeonato Paulista. Com Valdivia como titular, a equipe falhou nas finalizações e empatou sem gols fora de casa, com o Mogi Mirim.
O resultado, porém, não pode ser tão lamentado pelos palmeirenses. O clube atingiu 20 pontos e continua na liderança do Estadual, apesar de, agora, ter o Corinthians na cola na segunda colocação, com 19 pontos. Já o Mogi Mirim segue próximo da zona de rebaixamento.
A volta de Valdivia deu uma criatividade que faltava ao time de Felipão, que criou uma série de boas oportunidades. As tentativas de abrir o placar, porém, pararam tanto nas falhas em finalizações quanto em João Paulo, goleiro do Mogi Mirim que chegou a fazer milagre em chute de Adriano Michael Jackson. Atrás, o goleiro Bruno, substituto dos lesionados Deola e Marcos, também evitou um tropeço em contra-ataque.
O jogo -Luiz Felipe Scolari surpreendeu com a entrada de Valdivia como titular, solto no meio-campo para cair pelos dois lados, entrar pelo meio ou fazer o que for necessário para fazer a bola chegar a Kléber. A novidade surtiu efeito no primeiro tempo.
Para fazer Rivaldo e Luan jogarem, o chileno primeiro caiu por ali, tornou-se referência para os passes e iniciava trocas de bolas com paciência que abriam espaços. O Mago, porém, ouviu Felipão esbravejar por 15 minutos que o Verdão deveria explorar o lado esquerdo da defesa do Mogi Mirim.
Ao ouvir o chefe, o ídolo palmeirense colocou o confronto nas mãos da equipe. Cicinho, sempre passando com mais velocidade que seus marcadores, foi mais acionado, Tinga apareceu para o jogo e Kléber pôde se mexer para achar espaços na confusa defesa dos donos da casa.
Com a criatividade de seu camisa 10 e Marcos Assunção comandando a transição da bola da defesa para o ataque, o Palmeiras foi criando espaços, tabelando. O problema eram as finalizações. Kléber, Valdívia, Rivaldo, Luan e Tinga tiveram, cada um, ao menos uma boa oportunidade desperdiçada por um chute ruim ou defesas do goleiro João Paulo.
O problema da ofensividade alviverde, contudo, eram os espaços deixados pela subidas de Cicinho, sempre cobrado por Felipão para atacar. Quando o Sapão conseguiu ter a bola nos pés, logo procurava Geovane, que transitava nas costas dos volantes palmeirenses e levantava a cabeça para procurar Denílson, que abria espaços, ou Roberto Jacaré, sempre pronto a finalizar.
O Mogi Mirim desceu poucas vezes no primeiro tempo, mas assustou, principalmente com Roberto Jacaré. Na volta do intervalo, o time passou a usar a avenida aberta no lado direito da defesa do Verdão para passar a ter o confronto nas mãos nos primeiros dez minutos de segundo tempo. Só não abriu o placar por conta de Bruno.
Para recompor seu meio-campo, Felipão mandou Patrik na vaga de Tinga. E recolocou a partida em suas mãos. Com poucos minutos em campo, o jovem meio-campista do Palmeiras tabelou melhor do que o titular e criou boa oportunidade para Kléber, que parou nas mãos de João Paulo.
Aos 20 minutos, Valdivia, cansado, saiu para o lugar de Adriano Michael Jackson. A ausência do Mago, entretanto, não prejudicou o Verdão, já que Patrik conseguiu preencher o espaço sem a bola e avançar com eficiência. Assim, deixou Kléber na cara do gol. O Gladiador furou e, no rebote, João Paulo fez milagre em chute de Adriano Michael Jackson.
Com a dificuldade para marcar gols, Scolari reforçou a marcação com João Vitor na posição de Marcos Assunção. A ordem era manter a bola nos pés palmeirenses e só atacar quando o adversário realmente desse espaço.
O empate já não era tão ruim e, mais preocupado em não perder no fim do jogo, o Palmeiras celebrou o ponto conquistado em Mogi Mirim, até porque bruno fez milagre em cabeçada de Roberto Jacaré no final. E o volante Bruno de Jesus foi expulso, deixando os anfitriões com dez, quando não havia mais tempo para abrir o placar.