Tomar um gols aos 49 minutos do segundo tempo, jogando fora uma vitória na estreia da Libertadores, só pode ser punição. Um castigo aplicado pela bola ao modo como Celso Roth escalou o seu Inter nesta quarta-feira. O 1 a 1 contra o Emlec teve o debutante Bolatti abrindo o placar, em Guaiaquil, em um jogo brigado, tenso, sem muito brilho técnico, mas muito emocionante. Nos acréscimos, Gimenez empatou, em confronto válido pelo Grupo 2.
Mesmo que Roth, experimentando mais uma formação nesse começo de ano, tenha evitado escalar o quarteto hermano desde o início, a bola só foi na rede quando Cavenaghi recém havia ingressado em campo. O lance do gol foi todo argentino, com a cobrança de escanteio de D”Alessandro e cabeçada de Bolatti. Nos acréscimos, Gimezes, após cobrança de falta, empatou.
Na próxima rodada, os gaúchos enfrentam o Jaguares, enquanto os equatorianos recebem o Jorge Wilstermann.
O jogo – Dominar a arte de surpreender é uma das características de Celso Roth. Sempre há uma novidade para surgir de sua mente. Por vezes funciona, em outras não. Com Tinga vetado pelo departamento médico, devido a um problema no tendão de Aquiles, a saída do treinador foi estrear o volante Bolatti no lugar do meia.
A formação fez Wilson Mathias se tornar muito mais um terceiro zagueiro, espelhando o 3-5-2 do adversário, do que um homem de marcação no meio. Guiñazu estava livre para se movimentar bastante, como sempre quis. Defensivamente a estratégia funcionou. Durante todo o primeiro tempo, o Emelec tentou através de bolas levantadas na área e em dois chutes de longe, defendidos por Lauro.
Os equatorianos não mostraram nada além de disposição, deixando os colorados terem a bola nos pés e o controle do que ocorria no campo. Faltava alguém para se aproximar de Leandro Damião no ataque. A função recaia sobre Zé Roberto, afora um chute por cima, ele pouco apareceu nas proximidades do gol de Klimowicz.
Em alguns momentos, o jogo se transformava em um perde e ganha constante no meio-campo, ajudado pelas más condições do gramado. A insistência gaúcha teve suas melhores oportunidades em levantamentos de Kléber, aproveitando a liberdade dado pelo posicionamento de Wilson Mathias. Nos dois lances, no fim do primeiro tempo, o lateral encontrou a cabeça de Damião, mas os arremates foram altos demais.
Mesmo ainda sem apresentar tabelas, jogadas de aproximação, lances em profundidade, o Inter fez nos primeiros 5 minutos do segundo tempo muito mais do que em toda a primeira etapa. D”Alessandro, cobrando falta, Zé Roberto, de fora da área, e Leandro Damião, de cabeça, viram o goleiro evitar o gol vermelho.
O tempo avançava, Roth não modificava seu time, os lances ríspidos se proliferavam, o enrosco começava a aparecer. Em lance embolado, Los Elétricos quase marcaram. A partida começava a ficar traiçoeira.
Tirar esse nó formado era o que Leandro Damião mais queria. O camisa 9 teve duas grandes oportunidades entre os 28 e os 31 minutos. Primeiro, ele se livrou de três oponentes e tocou sobre o goleiro, D”Alessandro ergueu os braços vibrando, mas antes de a bola cruzar a linha o zagueiro salvou. Depois, o centroavante testou em cima do goleiro.
Podia não ser um primor de técnica o confronto, mas emoções não faltaram. Lauro evitou o gol do Emelec em chute cruzado. A vitória saiu da cabeça, mas não foi da de Damião. O estreante Bolatti tocou no canto, deixando o goleiro petrificado.
A punição pelo estilo excessivamente cauteloso imposto por Roth ocorreu nos acréscimos. O Emelec martelou até marcar o seu, aos 49 minutos do segundo tempo, em cabeçada de Gimenez.