O Palmeiras entrou nesta segunda-feira no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com pedido para impugnação e, consequentemente, a anulação da derrota para o Inter, no sábado. O departamento jurídico do clube alega que o gol de mão de Barcos, que empataria o jogo, foi invalidado porque repórteres informaram o delegado da partida Gerson Antonio Baluta, que repassou ao quarto árbitro Jean Pierre Goncalves Lima, e esse avisou o árbitro Francisco Carlos Nascimento.
"O quarto árbitro teria sido avisado pelo delegado, que por sua vez teria sido avisado por repórteres que estavam ao seu redor. Isso é ingerência externa proibida pela Fifa", disse o diretor jurídico do Verdão, Piraci Oliveira, que tem testemunhos para provar a interferência externa.
"A prova de que houve ingerência externa, na minha concepção, está feita. Repórteres denunciam que delegado, que não tinha nada que estar ali naquele momento, teria perguntado se tinha sido gol legítimo e ele, então, teria avisado o quarto árbitro, que estava fazendo a substituição", apontou.
"O quarto árbitro estava no meio do campo, fazendo a substituição, mexendo na súmula, para substituição do Inter. Como ele a 70 metros do lance teria visto algo que o juiz não viu a 20 metros? Ele não tinha ângulo para ver nada. É tudo muito complicado e mal engendrado", opinou, ciente, porém, da dificuldade de sucesso na tentativa.
"Até por um dever de oficio, eu diria que as chances não são as melhores possíveis. É um regime de exceção, nos últimos dez anos teve um caso só, em 2005, e um ou outro jogo de série D por casos de confissão de irregularidade. As chances não são as melhores do mundo, mas juridicamente dizemos que é possível", insistiu.
O trabalho dos advogados do Palmeiras, agora, é colher mais comprovantes da interferência externa. "A prova fundamentalmente é testemunhal. Não temos nada de ordem material ou de gravação. Temos uma leitura labial em que o delegado diz que deveria ser expulso porque o gol foi com a mão", indicou.