A municipalização do estádio Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha, há mais de um ano está levando os principais clubes de Cuiabá a arcar com algumas despesas para utilizar o espaço. Sem atração para levar o torcedor ao único estádio de futebol profissional da capital mato-grossense, Mixto, Cuiabá, Operário e o extinto Palmeiras têm dificuldade em pagar o valor cobrado pela Smec para fazer a manutenção do campo. Por cada partida disputada, é cobrado um valor de R$ 600, mais de R$ 200 para fazer a limpeza e mais duas latas de tintas.
Dos quatro clubes, apenas o Alvinegro da Vargas até a tarde de quinta-feira estava inadimplente, o que levou o secretário Bosco Cruz a procurar o clube. Chegou até circular nos bastidores que o time mixtense corria o risco de não mandar seu jogo diante do Cacerense na noite de quinta-feira por conta da dívida.
Procurado pela reportagem da A Gazeta, Bosco Cruz negou um suposto veto ao Mixto disputar partida no Dutrinha por conta do débito acumulado do confronto entre Mixto e Poconé válido pela Copinha. “Não existe nada de veto. A Smec e muito menos a prefeitura de Cuiabá vetaria qualquer clube de jogar no Dutra. O que estamos solicitando e propondo às equipes uma parceria a qual os times nos ajudariam com material de manutenção do estádio. Por exemplo, precisamos de tinta para fazer a marcação do campo. O dirigente pode comprar e nós da secretaria fazemos a pintura”, explicou Bosco Cruz.
Irritado com a cobrança, o presidente do Mixto, Hélio Machado, afirmou que o clube foi ameaçado de não jogar no Dutrinha caso não quitasse o aluguel do campo do jogo contra o Poconé, disputado há uma semana. Segundo o dirigente mixtense, o valor é de R$ 800.
“Nunca deixamos de pagar as despesas com a abertura do Dutrinha. O que está ocorrendo é que a Smec decidiu cobrar o aluguel direto do borderô. Como houve registro de déficit da partida não tínhamos como pagar a taxa. Mas acho um absurdo essa cobrança, pois o estádio é um bem do município, da sociedade”, protestou Machado, ressaltando que a dívida será paga via Federação Mato-grossense de Futebol (FMF).
Por sua vez, Bosco Cruz reforça a intenção de estabelecer uma parceria com os times de Cuiabá e de Várzea Grande, neste último caso o Operário. Para ele, não precisa os dirigentes de Mixto, Cuiabá, Operário e Mato Grosso, clube que surgiu em substituição ao extinto Palmeiras do bairro do Porto, desembolsar valores para atuar no Dutrinha.
“Sabemos a deficiência de alguns times de Cuiabá de levar o torcedor ao estádio. Eles podem contribuir com material ou nos ajudar com pequenas reformas que formos fazer no estádio. Não precisa ser propriamente o aluguel do campo. Estamos aqui para ajudar o futebol de Mato Grosso”, disse.