O São Paulo segue próximo do G-4, e o Palmeiras agora está mais distante de sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Em clássico disputado na tarde deste sábado, no Morumbi, a equipe da casa foi soberana na maior parte do tempo e venceu por 3 a 0, com dois gols de Luis Fabiano e um golaço de Denilson.
A vantagem foi encaminhada na primeira etapa e ficou mais fácil para Luis Fabiano fechar a conta no retorno do intervalo, depois de o palmeirense Artur ser expulso pelo árbitro Paulo César Oliveira e Valdivia ficar em campo mesmo machucado porque as três substituições já haviam sido realizadas.
O resultado, além de sustentar o sonho são-paulino de voltar a disputar o principal torneio continental, também mantém tabu de dez anos sem derrota para o Palmeiras no Morumbi. O último triunfo alviverde na casa do rival foi em 2002. De lá para cá, já são 19 partidas sem perder, contando sete empates.
O jogo – O técnico Gilson Kleina surpreendeu e, mesmo com Luan liberado por efeito suspensivo, escalou Daniel Carvalho pela direita, com Valdivia tentando municiar Barcos do lado oposto. A formação, como o primeiro tempo mostraria, não daria muito certo. Os dois foram bem marcados respectivamente por Wellington e Denilson e pouco criaram até o intervalo.
O São Paulo, por sua vez, criou chances rapidamente. Paulo Miranda desperdiçou uma delas após Bruno oferecer rebote na pequena área. Em seguida, o goleiro se redimiu ao salvar arremate à queima-roupa de Luis Fabiano depois de indefinição do lateral esquerdo Juninho em cruzamento vindo da direita do ataque.
Zonzo pelas investidas do rival, o Palmeiras não via opções para chegar à meta de Rogério Ceni. A solução encontrada por Barcos, que jogava muito isolado, foi tentar encobri-lo em chute de longa distância mal executado. A oportunidade mais clara do centroavante argentino foi em chute de perna esquerda, da entrada da área, que passou à direita do goleiro.
Aos 24 minutos, Luis Fabiano foi lançado na intermediária e partiu livre até a área. A jogada tinha tudo para terminar em gol, mas o zagueiro Román se recuperou a tempo de atrapalhar. O paraguaio não teria a mesma sorte dez minutos mais tarde, quando Bruno desviou chute de Lucas, a bola tocou a trave esquerda e sobrou limpa para o artilheiro são-paulino só completar.
Nem a perigosa bola parada de Marcos Assunção faria efeito. Na única falta que cobrou, acertou a barreira e viu Rogério Ceni completar o serviço. Outro volante, o são-paulino Denilson, estava com o pé direito mais calibrado e ampliou a vantagem. Aos 42 minutos, pegou rebote de muito longe e chutou com força. A bola pegou efeito suficiente para tirar Bruno e ainda resvalar na trave antes de tocar a rede.
O gol foi muito comemorado por Denilson. Ele correu até o escudo do clube, entre o gramado e a pista de atletismo e se ajoelhou. Todos os demais jogadores do São Paulo foram até ele, até Rogério Ceni deixou a meta para festejar o golaço com o companheiro, que o dedicou à mãe, falecida. Também feliz, Osvaldo desceu satisfeito e confiante para o vestiário. “Temos que ter paciência, porque cabem mais dois (gols) no segundo tempo”, disse o velocista.
Coube só mais um. Aos 25 minutos, Luis Fabiano recebeu passe dentro da área, girou o corpo e, de primeira, marcou seu segundo gol ao soltar uma pancada indefensável para Bruno. A essa altura, o Palmeiras já não tinha mais Artur, expulso com dois cartões amarelos. Também já não contava com Valdivia inteiro: ele se machucou em dividida na linha de fundo e só permaneceu em campo por mais alguns minutos para que o Palmeiras não ficasse apenas com nove jogadores.
Em festa, a torcida são-paulina gritou olé bem cedo, mas não viu mais gols, até porque o time perdeu padrão depois de o técnico Ney Franco sacar Luis Fabiano (se contundiu no terceiro gol e deu lugar a Willian José), Wellington (ameaçado de levar o segundo cartão amarelo, saiu para a entrada de Maicon) e Jadson (Douglas foi o substituto). O Palmeiras, ao contrário, até tentou diminuir a desvantagem, mas, cansado, não foi capaz.