O imbróglio envolvendo a situação do meia Paulo Henrique Ganso no Santos segue sem fim. O presidente do clube praiano, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, reiterou o desejo do Peixe em não liberar o jogador por um valor inferior à parte santista na divisão dos direitos econômicos e, ainda por cima, criticou o camisa dez. Segundo Laor, Ganso poderia estar recebendo um ordenado superior ao atual, caso tivesse aceitado uma das propostas feitas pela cúpula alvinegra.
"O gozado é que ele tem um dos menores salários do elenco proporcionalmente ao talento que tem, e nisso ele tem razão. Mas o estranho é que, por quatro vezes, eu fiz propostas muito atraentes que, se eu fosse ele e tivesse a categoria que ele tem para jogar, não pensaria duas vezes. Eu assinaria correndo. Ele ganha pouco porque não quis sentar para discutir e aceitar a nossa proposta", disse o mandatário, em entrevista à Rádio Estadão/ESPN.
Indagado se uma nova oferta foi apresentada pelos são-paulinos e se o Santos havia cedido, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro negou as duas hipóteses. A reunião do comitê de gestão do clube, nesta quarta-feira, serviu apenas para ratificar o que já havia sido colocado anteriormente pelos dirigentes do Peixe.
"Não existe nenhuma novidade com relação a isso. O São Paulo não apresentou (uma nova proposta) e nem precisa apresentar. Se ela for inferior aos R$ 23,8 milhões, é perda de tempo, não precisa nem gastar tinta e papel. Esse é o número para ele sair. Mas já dissemos, no último contato com o Adalberto (Baptista, diretor de futebol tricolor), que o Santos não tem interesse em vender o Ganso. Queremos continuar com o atleta", comentou.
Na primeira investida, o São Paulo se propôs a pagar R$ 10,7 milhões pelos 45% dos direitos econômicos de Paulo Henrique Ganso, presos ao Alvinegro Praiano – o Grupo DIS é dono dos 55% restantes. Na última proposta, o Tricolor do Morumbi ofereceu R$ 12,6 milhões pela parte do Santos nos direitos do meia.
O grupo DIS pode abrir mão do que teria direito a receber na transação, por escrito, mas com uma garantia de lucro futuro. Desta forma, o São Paulo poderia fechar a negociação, pois precisaria somente acertar a compra do percentual do Santos, e não mais dos 100% dos direitos de Ganso.
Vale lembrar que a polêmica aumentou quando Ganso foi hostilizado por parte da torcida, depois da derrota para o Bahia, no último dia 29, na Vila Belmiro. Enquanto deixava o gramado, o meio-campista foi alvo de uma "chuva de moedas". Mais tarde, ao buscar o seu automóvel no CT Rei Pelé, o jogador foi perseguido por torcedores e precisou de forte esquema de segurança para deixar o local. O muro do CT ainda foi pichado com frases pedindo a sua saída.
O imbróglio gerou até mesmo um mal estar com declarações do lateral esquerdo Léo defendendo o camisa 10. O experiente ala destacou que "jogadores que ganharam títulos e fizeram história pelo clube" mereciam reconhecimento. No dia seguinte, Léo se reuniu com a diretoria, pediu desculpas por sua atitude, mas garantiu que não havia nenhuma mentira no seu desabafo.