Aos 16 minutos do segundo tempo, os mais de 30 mil pagantes presentes no Pacaembu na noite desta quinta-feira viram o canhoto Rivaldo, que não fez gol em um ano e meio no Palmeiras, marcar um golaço de direita. Era o de empate. O Verdão, porém, conta hoje com um grande nome: Tiago Real, decisivo na vitória por 3 a 1 sobre o Sport que dá vida ao time na luta contra o rebaixamento.
Antes do gol de Rivaldo, Correa aproveitou passe de Valdivia e falha de Magrão para abrir o placar aos sete minutos da etapa final. Um minuto após Rivaldo calar a torcida por alguns segundos, Tiago Real marcou o seu, aos 17. E, aos 22, o meia deixou para Obina, substituto de Barcos – na seleção argentina -, sentenciar o marcador.
Os três pontos somados pelos comandados de Luiz Felipe Scolari deixam a equipe com 20, ainda na zona de rebaixamento, mas agora na 17ª colocação, a dois pontos do Coritiba, primeiro clube fora da faixa de descenso. O Sport, com 19, aparece em antepenúltimo lugar.
A luta de ambos contra a queda para a Série B segue no domingo. O Palmeiras, que venceu nesta quinta-feira após quatro jogos seguidos sem triunfar na liga nacional, visita o Atlético-MG em Minas Gerais às 16 horas (de Brasília). Às 18h30, o Sport recebe na Ilha do Retiro o outro mineiro da competição, o Cruzeiro.
O jogo -Com a vitória cada vez mais necessária para evitar o rebaixamento, Luiz Felipe Scolari tem adotado times ofensivos, e nesta quinta-feira apostou em uma mudança tática. O técnico segurou mais Henrique e optou por um 3-5-2 com Correa aberto pela direita e Juninho do outro lado. Dessa forma, passou a ocupar o campo do Sport desde o início da partida.
Ao longo do primeiro tempo, João Vitor e até Henrique aproveitavam os espaços para ultrapassar o meio-campo e auxiliar na busca pelo gol. Para complicar a marcação da confusa equipe pernambucana, o Palmeiras tinha Tiago Real em constante movimentação, chegando a alternar com Obina na função de centroavante, mas principalmente abrindo para Correa subir.
Valdivia atuava mais recuado, distribuindo as bolas para as passagens, tendo também Luan como opção pela esquerda. Na troca de passes e no total domínio do Verdão, Obina recebeu com total liberdade na grande área, aos 26 minutos, e bateu na saída do goleiro Magrão, mas acertou a trave. Também sem marcação, aos 33, Correa só não abriu o placar porque o camisa 1 do Sport executou grande defesa.
As oportunidades, porém, foram raras. Como ocorreu no 0 a 0 diante do Grêmio no sábado, o Palmeiras rodava a bola, detinha a posse, mas encontrou um adversário tão recuado, povoando a proteção à sua meta da meia-lua para trás, que estava difícil levar mais perigo ao goleiro Magrão.
E o primeiro tempo poderia ser pior. Nos minutos finais, o Sport conseguiu respirar e, tocando a bola, foi conseguindo faltas mais à frente e, em uma delas, a bola foi para na cabeça de Felipe Azevedo. Aos 44 minutos, o atacante subiu mais do que a zaga e testou com precisão. Para sorte dos muitos palmeirenses presentes no Pacaembu, Bruno se esticou e espalmou.
Se não houve gol, sobrava tensão no confronto até o intervalo. Tanto que Luan, acusando Hugo de cusparada, se desentendeu com todo o time rival na caminhada para os vestiários. A delegação pernambucana reclamou que o atacante comandado por Felipão xingou com palavrões seus adversários.
O camisa 11 do Verdão, porém, poderia ter se tornado um personagem melhor do jogo já no início do segundo tempo. Valdivia deixou Luan sem nenhuma marcação da grande área e o atacante teve tempo até para ajeitar para a canhota, mas, de frente para Magrão, chutou para fora.
O lance, entretanto, mostrou a nova configuração armada por Scolari. O técnico abriu mão do 3-5-2 sacando João Vitor para deixar Artur fechando os espaços na lateral direita. A volta para o 4-4-2 deixava Correa mais solto, causando maior preocupação ao Sport e permitiu que Valdivia tivesse mais liberdade para mostrar sua criatividade.
E foi no novo posicionamento dos dois que o Verdão encontrou seu primeiro gol após dois jogos. O camisa 10 ajeitou para Correa chegar de trás e finalizar com muita força, aos sete minutos da etapa final. O goleiro Magrão, responsável por milagres a favor do Sport, não conseguiu segurar e permitiu a festa verde no Pacaembu.
Foi um desafogo tão grande que prejudicou o Palmeiras. Com Willians no meio-campo, o time visitante passou a ocupar o campo adversário a ponto de Hugo, aos 15 minutos, ter furado uma letra. No minuto seguinte, contudo, o canhoto Rivaldo teve liberdade na intermediária para soltar uma bomba de direita no ângulo do Bruno, calando por alguns segundos a torcida que tanto o xingou até o ano passado.
Mas o golaço do antes contestado meio-campista foi minimizado por um novo nome no meio-campo do Palmeiras. Logo aos 17 minutos, Tiago Real mostrou qualidade para dominar e, de canhota, colocar o time na frente no placar de novo. Aos 22, o meia ainda ajeitou na grande área para Obina fazer 3 a 1.
Na sequência da partida, o Sport trocou seus nomes na frente, buscou maior movimentação, mas os gols e o embalo da torcida do Palmeiras, com presença maciça no Pacaembu, deixaram a partida resolvida. Os últimos 20 minutos foram para o palmeirense respirar e a equipe pernambucana buscar soluções. Ambos seguem com a dura missão de evitar a disputa da Série B em 2013.