O São Paulo tinha a intenção de usar os confrontos diretos diante de Fluminense e Grêmio para terminar a 16ª rodada do Campeonato Brasileiro entre os quatro primeiros colocados. Mas se a bola aérea derrubou o time no Rio de Janeiro, neste domingo duas jogadas pelo alto sentenciaram nova derrota por 2 a 1 para o Tricolor gaúcho, no Morumbi.
Bem no primeiro tempo, os anfitriões abriram o placar aos 40 minutos do primeiro tempo com Cícero e foram para o intervalo aplaudidos pela torcida. Mas a equipe se perdeu ao sair dos vestiários. E demonstrou o mesmo caos aéreo. Aos 21, Werley subiu em cobrança de escanteio para empatar. Aos 46, foi a vez de Zé Roberto alçar para Kleber ajeitar e André Lima balançar as redes.
Com o resultado, os comandados de Ney Franco continuam na sexta posição, agora a seis pontos do Grêmio, que continua na quarta posição. O Tricolor paulista volta a jogar na quarta-feira, contra o Náutico, nos Aflitos, no Recife, para tentar se recuperar, enquanto os gaúchos recebem a Portuguesa no estádio Olímpico no mesmo dia.
O jogo -Com a necessidade dos três pontos para se manter forte na briga, Ney Franco trouxe só uma novidade na escalação: optou por Casemiro como zagueiro na vaga do suspenso Rafael Toloi. A ideia era usar o volante como líbero para melhorar a saída de bola da equipe. E deu certo, já que o camisa 28 teve tranquilidade até na marcação a Kleber, forçando-o a sair da área.
A dificuldade costumeira do Tricolor paulista na chegada ao ataque foi resolvida com constantes inversões de Cícero e Jadson, que trocavam as posições de meia e atacante e confundiam a zaga do Grêmio, que já sofria para acompanhar o veloz Ademilson e tinha seus laterais presos para conter os avanços de Douglas, João Filipe e Cortez.
A subida em bloco dos anfitriões, porém, deixava um espaço que Elano soube ocupar muito bem na intermediária. O meia vencia os duelos individuais com os volantes dos mandantes e, com a movimentação de Kleber e os passes de Zé Roberto, só tinha dificuldade para encontrar Marcelo Moreno, escondido entre os zagueiros adversários.
Mas o posicionamento tático explicava a razão de os dois times empatarem tão pouco no torneio. Chances foram criadas dos dois lados. O São Paulo soube se aproveitar das deficiências de Edilson e, pela esquerda, balançou as redes pelo lado de fora com Cortez e não abriu o placar com Cícero porque o meia não chegou a tempo de empurrar para dentro cruzamento de Ademilson.
O Grêmio chegou mais perto do gol em chute perigoso de Elano que Rogério Ceni defendeu, mas os paulistas, aos poucos, impuseram o ritmo de jogo que queriam. Perdida, a zaga do clube gaúcho viu tarde demais Jadson, livre, dominar na grande área e dar a Marcelo Grohe sua primeira grande defesa da tarde, aos 27 minutos.
Aos 40, foi impossível para o goleiro de Vanderlei Luxemburgo. Em contra-ataque puxado por Cortez, Jadson adiantou para Cícero vencer Gilberto Silva na velocidade e abrir o placar, que só não terminou com mais gols para os donos da casa porque Marcelo Grohe fez milagre em cabeçada de Maicon.
O bom desempenho comprovado com aplausos no primeiro tempo, contudo, iludiu o São Paulo. O time até iniciou a etapa final com pressão, mas bastou Luxemburgo trocar o volante Souza pelo meia Marquinhos para dominar o meio-campo e, a partir daí, complicar a intenção de vitória são-paulina.
Em um de seus primeiros lances, Marquinhos cobrou escanteio aos 21 minutos que Werley se antecipou na primeira trave para testar sem chances para Rogério Ceni. Começou ali uma série de discussões no setor defensivo do clube mandante, que mais uma vez sofreu gol de cabeça. O desentendimento continuou no resto do time.
Para recuperar espaço no meio-campo, Ney Franco até abdicou de Casemiro para colocar Willian José como referência e recuar Cícero. Mas não adiantou. O Grêmio continuou bem posicionado para não depender tanto das defesas de Marcelo Grohe e quase selou a virada com Kleber driblando João Filipe sempre que o via.
Por duas vezes, o Gladiador chutou rente à trave esquerda. Mas é pelo alto que o São Paulo cede. E aos 46 minutos, uma bola alçada por Zé Roberto foi para a cabeça de Kleber e, dela, para um carrinho de André Lima e para as redes vazias de Rogério Ceni.