O torcedor que ainda se lembrava da surpreendente derrota da Seleção Brasileira para Honduras em 2001 (por 2 a 0, na Copa América) teve mais alguns motivos para ficar assustado e temer pelo pior neste sábado. O Brasil de Mano Menezes ficou duas vezes atrás no placar diante dos hondurenhos, no Estádio St. James”s Park, porém contou com expulsões de adversários e com um gol de pênalti de Neymar para chegar à virada por 3 a 2. Leandro Damião (2) completou o marcador.
Passado o susto, a Seleção Brasileira aguarda a sequência da rodada para saber o seu oponente na semifinal das Olimpíadas de Londres. O confronto com Grã-Bretanha ou Coreia do Sul será às 15h45 (de Brasília) de terça-feira, em Manchester, onde o Brasil ganhou da Bielo-Rússia por 3 a 1 na primeira fase. Os britânicos também já foram derrotados pelo time de Mano, porém na última partida de preparação para os Jogos.
O jogo – O Brasil deu a impressão de que a tradição seria determinante na partida contra Honduras logo em seu primeiro ataque. Assim que foi acionado, com menos de um minuto, o centroavante Leandro Damião ficou livre de marcação diante do goleiro José Mendoza e concluiu para fora. Seguiram-se uma série de investidas protagonizadas pelo jogador do Internacional e seus companheiros de ataque, Hulk e Neymar.
Já Honduras precisou de apenas um ataque mais consistente para acertar o gol. Aos 12 minutos, Mario Martínez pegou uma sobra de primeira dentro da área e, meio que sem querer, colocou a bola no ângulo. Um golaço. Era tudo o que o técnico Luis Suárez queria para fechar ainda mais a sua equipe no campo de defesa e apostar em contragolpes esporádicos.
O Brasil não se intimidou com a postura do adversário (que abusava das faltas mais duras) e continuou a atacar – embora sem tanta animação. Jogando mais recuado, Neymar oferecia boas chances para Leandro Damião e Hulk com lançamentos precisos. Quando ia além da intermediária, o santista chegava à linha de fundo e cruzava para trás. Restava alguém aproveitar.
Como continuava em vantagem no placar, Honduras criou coragem para voltar ao campo de ataque. O mais abusado era Martínez, que mostrava habilidade (Marcelo chegou a levar um drible da vaga) e provava não ter marcado o gol com um golpe de sorte. Wilmer Crisanto, no entanto, abalou a confiança dos hondurenhos. Cometeu duas faltas seguidas, aos 32 e aos 33 minutos, e acabou expulso pelo árbitro alemão Felix Brych.
Com um jogador a mais, um lance iniciado por Neymar enfim funcionou. Ele passou para Hulk, que pedalou na direita e cruzou diante do goleiro. A defesa de Honduras se atrapalhou com a bola na pequena área e, aos 37 minutos, Leandro Damião se esticou para empurrar para o gol. Antes do intervalo, Mano Menezes ainda reforçou o seu meio-campo com Danilo no lugar de Sandro, já projetando o segundo tempo.
Assim que a etapa complementar começou, contudo, Honduras voltou a surpreender o Brasil. Aos dois minutos, Roger Espinoza clareou da direita para o meio e bateu rasteiro e cruzado. Gabriel não alcançou, e os hondurenhos voltaram à frente no marcador – para alegria de Luis Suárez e seus comandados no bando de reservas e de boa parte da torcida nas arquibancadas do Estádio St. James”s Park.
Desta vez, o Brasil não demorou a reagir. Leandro Damião caiu dentro da área em dividida com Velásquez, e o árbitro assinalou um pênalti muito contestado pelos hondurenhos e pelo público britânico. Sem se importar com as reclamações, Neymar cobrou com imensa categoria, aos cinco minutos, e deixou a partida novamente empatada.
Tentando acabar com os sustos defensivos, a Seleção Brasileira assumiu a dianteira no placar pela primeira vez aos 14 minutos. Leandro Damião, que briga pela artilharia das Olimpíadas, fez bem a função de centroavante ao girar dentro da área e bater no canto. Nem assim, entretanto, Mano Menezes pôde sentar e respirar mais tranquilo no banco de reservas. Pouco depois, Gabriel falhou na área do Brasil, que jogou a bola para escanteio.
Para tentar dar velocidade ao ataque brasileiro, ampliar e acabar logo com qualquer perigo oferecido por Honduras, Mano apostou em Lucas na vaga de Hulk, já pouco atuante. Seus jogadores preferiram valorizar a posse de bola, com troca de passes de um lado a outro (e, às vezes, alguns dribles de Neymar), irritando os hondurenhos. Ainda houve tempo para Espinoza cometer falta em Oscar, ser expulso e despedir-se das Olimpíadas antes do apito final do árbitro Felix Brych.