O secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, disse hoje (30) que nem todas as obras para a Copa do Mundo são essenciais para a competição. "Tem projetos que podem ser entregues depois da Copa", disse Valcke, em evento no Rio de Janeiro sobre a Copa das Confederações de 2013.
O representante da Fifa disse que "alguns projetos podem esperar". "O que precisamos são de facilidades para se deslocar do aeroporto para as cidades e das cidades para os estádios". O tom adotado por Valcke foi bem mais ameno que o do começo do ano, quando fez duras críticas ao atraso nas obras.
O secretário da Fifa lembrou que na Copa do Mundo da África do Sul nem todas as linhas de trem de Joanesburgo tinham sido entregues, apenas a principal, do aeroporto para a cidade. Para ele, mesmo com atrasos, as obras são positivas. "Vamos pensar nos benefícios. Em dez anos o Brasil será um novo país".
O governo brasileiro reafirmou que as obras estão dentro do prazo. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, confirmou que não há com o que se preocupar em relação às obras. Ele disse que equipes acompanham os cronogramas nas seis cidades-sede da Copa das Confederações e disse que nada "desafia os prazos". "Tive a companhia e as informações detalhadas dos governadores de cada estado, o que me dá grande confiança no calendário e na entrega das obras".
Perguntado mais uma vez sobre o atraso nas obras em estádios, especificamente, o secretário da Fifa disse que a federação e o governo têm uma só voz, concordando com Rebelo e evitando declarações polêmicas sobre o Brasil. "Temos um acordo [Fifa e o governo] para evitar informações descoladas e entregar a melhor Copa do Mundo. O resto é passado".
Durante a entrevista, o ministro e Valcke também falaram sobre os ingressos para a Copa do Mundo e para a Copa das Confederações. Rebelo disse que não tem ingerência nesse aspecto, mas que "tem feito um esforço de conversar com a Fifa e com patrocinadores". "Falei que precisamos encontrar um caminho. Tenho encontrado boa vontade".