O governador Silval Barbosa está disposto a não sancionar o projeto de lei que disponibiliza recurso financeiro aos dez clubes da Primeira Divisão do Campeonato Mato-grossense deste ano. Diante da crise financeira que atinge vários setores do Estado, ele já sinaliza para a possibilidade de vetar o repasse que já foi apreciado e aprovado na Assembleia Legislativa. Neste ano, por conta da proximidade da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá e o acesso do Cuiabá Esporte Clube à Série C se juntando ao Luverdense, o apoio financeiro aumentou para o valor de R$ 2 milhões.
Por estarem mais próximos da elite do futebol nacional, Luverdense e Cuiabá podem ter um dinheiro extra para disputar a Terceira Divisão do Brasileiro. É cogitado um repasse em torno de R$ 200 mil a cada um deles, além do dinheiro a que têm direito pela participação no torneio caseiro, que seria em torno de R$ 100 mil.
Desde temporada 2006 sob comando do ex-governador e hoje senador Blairo Maggi (PR), os times que disputam a principal divisão do futebol mato-grossense recebem dinheiro público. Criado com objetivo de auxiliar as equipes profissionais durante o Campeonato Estadual com despesas como transportes, hospedagem, alimentação e arbitragem, o projeto de lei, que teve como principal mentor o deputado e presidente da Assembleia Legislativa José Riva (PSD), deixa alguns clubes totalmente "sossegados" quanto ir em busca de patrocínios. Uns chegam até ameaçar desistência do campeonato caso a verba do governo não esteja totalmente garantida – todo ano o projeto têm que aprovado e sancionado pelo governador do Estado.
Diante de toda a burocracia para a sua aprovação, a ajuda financeira sempre chega com certo atraso aos cofres dos clubes. O campeonato chega a terminar e meses depois o dinheiro é liberado. Em 2010, por exemplo, a verba foi repassada com seis meses após o término do Mato-grossense, o que deixou a maioria dos dirigentes irritado com o governo do Estado.
Uma fonte do Palácio Paiaguás garantiu que o governador Silval Barbosa está mesmo disposto a não sancionar o projeto de lei. Ele (governador) entende que é uma afronta à sociedade mato-grossense com áreas consideradas essenciais do Estado como educação, segurança e saúde passando por dificuldade financeira e liberar R$ 2 milhões a dez clubes profissionais que são entidades privadas. O objetivo é injetar esta verba em áreas sociais.
Além disso, o governador ressalta que o Estado já vem dando sua parcela de contribuição ao futebol profissional com investimento pesado às obras para a realização da Copa do Mundo de 2014.
Contudo, a mesma fonte palaciana ressalta que a Assembleia Legislativa trabalha nos bastidores no sentido de derrubar o veto caso o governador não queira mesmo sancionar o projeto de lei. A Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) afirma que espera que o governo cumpra o acordo com os clubes.