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Luxemburgo sai do Flamengo alfinetando Ronaldinho Gaúcho

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O técnico Vanderlei Luxemburgo falou pela primeira vez desde que foi demitido do Flamengo e deu a sua versão sobre a saída do clube na manhã desta sexta-feira. Não escondendo os problemas de relacionamento com alguns jogadores do elenco, notadamente o meia-atacante Ronaldinho Gaúcho, o ex-comandante rubro-negro disse que se desgastou por problemas extracampo provocados pela falta de profissionalismo de alguns jogadores.

"Em função dos objetivos do Flamengo no ano passado eu fechei os olhos para alguns comportamentos inadequados, de falta de profissionalismo, porque o time tinha quer conseguir a classificação para a Libertadores. Aquilo me incomodava, mas em função do objetivo eu preferi aceitar, tentar me aproximar todas as vezes que o atleta chegava fora do horário, sem condições de treinar. Isso funciona por um período, mas depois isso cria um desgaste com um grupo", disse Luxemburgo.

O treinador chegou ao Flamengo em outubro de 2010, durante a disputa do Campeonato Brasileiro. Após livrar o time do rebaixamento naquele torneio, ele comandou a equipe na conquista do Campeonato Carioca de 2011 e a classificou para a Libertadores deste ano. Este retrospecto, segundo Luxemburgo, mostra que a demissão não ocorreu por causa dos resultados do Rubro-Negro.

"Estou tranqüilo. Para o projeto que fui contratado o resultado é excelente. Na primeira etapa conseguimos manter o Flamengo na primeira divisão brasileira e depois colocamos o time na elite do futebol sul-americano. Conseguimos conquistas, revelamos jogadores, otimizamos o CT. Isso tudo me deixa satisfeito com o trabalho, mas triste porque poderia acrescentar com meu conhecimento e capacidade profissional. Cumprimos todas as etapas do projeto", afirmou o treinador.

Pressionado dentro do Flamengo desde o início do ano por parte da diretoria, Luxemburgo disse que já sabia que poderia ser demitido mesmo se conquistasse a classificação para a fase de grupos da Copa Libertadores da América, o que ocorreu após a equipe derrotar o Real Potosí, da Bolívia, na última quarta-feira.

"Eu sabia que dificilmente ia continuar, mas comandei a equipe na Libertadores para terminar com dignidade e completar a etapa de trabalho. Pela primeira vez na minha vida eu vi um desgaste tão grande, uma "fritura" tão forte, muito bem conduzida, com dirigentes vazando informações importantes para jornalistas, que estão na sua obrigação", afirmou, se comparando a Zico, que foi demitido do cargo de diretor-executivo em 2010.

"Eu acho que o que aconteceu aqui é uma pena. Eu nunca escondi que eu sou flamenguista, e aconteceu comigo a mesma coisa que aconteceu com o Zico. Nós somos rubro-negros, pessoas que querem o bem para o Flamengo, e acho que o clube não poderia desgastar tantos rubro-negros por falta de tomada de decisão", declarou, alfinetando a presidente Patrícia Amorim.

 

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