Se o torcedor são-paulino cobrava mais vontade e resultado, iniciou 2012 logo com duas vitórias seguidas. Nesta quarta-feira, em Presidente Prudente, bateu o Oeste por 3 a 2, de virada, mostrando até diversidade ofensiva, já que desta vez marcou dois gols em jogadas rasteiras, não pelo alto.
Contra o Botafogo-SP, na estreia, no Morumbi, todos os gols da vitória por 4 a 0 surgiram pelo alto. Nesta quarta-feira, o São Paulo até falhou no quesito na defesa, levando gol de Tadeu aos 27 minutos do primeiro tempo. Mas, na frente, usou cruzamento para balançar as redes somente para empatar, em gol contra de Cris, aos 32 minutos.
A partir daí, os comandados de Emerson Leão jogaram pelo chão. Aos 33 do segundo tempo, Luis Fabiano arrancou e deixou para Wellington desempatar. Depois de atuar no contra-ataque durante todo o segundo tempo, foi a vez de Lucas marcar um golaço, partindo em velocidade desde o meio-campo até chutar no ângulo, aos 31 minutos. Denis, porém, ainda falhou aos 46 minutos e permitiu a Tadeu fazer mais um, mas sem mudar o resultado.
Dono do melhor resultado na primeira rodada, o Tricolor chega a seis pontos e tenta se manter em alta no sábado, recebendo o São Caetano às 17 horas (de Brasília) no Morumbi. Já o Oeste, que estreou perdendo para o Guarani, busca seus primeiros pontos contra o Mirassol, também às 17 horas de sábado, em Itápolis.
O jogo – Como na estreia, o São Paulo encontrou um campo pesado para jogar nesta quarta-feira, em Presidente Prudente. O Oeste, contudo, pareceu ter aprendido com os erros do Botafogo-SP, que perdeu no Morumbi sofrendo quatro gols em bola aérea, alternativa do time de Leão diante das poças no gramado.
Como antidoto, a equipe de Itápolis, comandada por Estevam Soares, atuou com três zagueiros altos. Escalado da mesma forma do que no domingo, o Tricolor até encontrava espaço pelas laterais, confundindo o adversário com as alternâncias de Piris com Lucas, pela direita, e Bruno Cortês e Fernandinho, pela esquerda, mas a bola alçada raramente encontrava Luis Fabiano, sempre encoberto pelos marcadores.
Na ânsia de colocar mais gente na frente, para equiparar o duelo contra uma defesa com alas que pouco subiam e protegida por dois volantes, o São Paulo acabou deixando espaço para o que o adversário queria: contra-atacar. Logo aos cinco minutos, o atacante Mazinho subiu nas costas de Piris e cruzou na pequena área. O desvio de Fernandinho, meia do Oeste, só não parou nas redes porque Denis saiu bem do gol.
Na frente, entretanto, o Tricolor soube se virar com a bola no pé, ajudado principalmente pelas descidas de Wellington, mais solto com Cícero ficando mais preso no meio-campo. Aos seis minutos, Fernandinho, quase sempre livre, jogou grande chance para fora. No minuto seguinte foi a vez de Luis Fabiano aproveitar rebote de Lucas e acertar a trave. A pressão ainda teve cabeçada perigosa do camisa 9 defendida pelo goleiro Zé Carlos.
Em meio à constante chegada do rival, o Oeste conseguiu bloquear suas laterais e seguiu as ordens de Estevam Soares, que desde o início do jogo se esgoelava à beira do gramado pedindo toque de bola. Além de obediente, o time ainda se mostrou eficiente na segunda chance que teve: aos 27 minutos, a defesa do São Paulo cortou mal uma cobrança de escanteio e o atacante Tadeu, emprestado pelo Palmeiras, apareceu livre na área para tocar na saída de Denis.
A torcida são-paulina, amplamente maioria em Presidente Prudente – embora o mando de jogo fosse do Oeste -, lamentou. Mas por pouco tempo. Aos 32 minutos, o que era uma vantagem para a equipe de Itápolis acabou virando um problema: após cobrança de falta de Fernandinho, Edson Silva testou para o meio da área e o alto Cris acabou tocando de cabeça, fazendo gol contra.
E o São Paulo aproveitou bem o desajuste rival: roubou rapidamente a bola e, no minuto seguinte, uma arrancada de Luis Fabiano premiou o veloz Wellington, que driblou um marcador antes de vencer Zé Carlos e selar a virada. Uma jogada que provou a qualidade do gramado em Presidente Prudente.
O Oeste, contudo, não se intimidou. E até balançou as redes, aos 41 minutos, mas a assistente Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo anulou equivocadamente por impedimento de Tadeu. O toque de bola do time de Itápolis, entretanto, aparecia e tornou o jogo equilibrado, ainda mais no segundo tempo.
Na volta do intervalo, para controlar o jogo, Leão trocou a velocidade usada só em lançamentos de Fernandinho pelo toque de bola de Maicon. A ideia era também aproximar as jogadas de Luis Fabiano e torna-lo mais útil, dentro da área. A mudança em relação ao camisa 9 ocorreu, o problema era que o Oeste forçava o Tricolor a atuar nos contra-ataques.
O São Paulo, por sua vez, se adaptou à situação para somar mais três pontos. Wellington se segurou mais ao lado de Denilson, assim como Cícero, logo trocado pelo toque de bola de Casemiro. Como o Oeste já atuava só com um volante e havia até trocado o esquema com três zagueiros, havia espaço para fazer a bola passar por Maicon até encontrar Lucas ou Luis Fabiano.
Luis Fabiano teve três boas oportunidades, mas sempre parou em Zé Carlos. O mesmo não ocorreu com Lucas, que deixou de tocar para o companheiro livre e fazer um golaço iniciado com arrancada do meio-campo, dribles que deixaram um marcador no chão e chute no ângulo aos 31 minutos do segundo tempo. O suficiente para o time somar mais três pontos neste início de Paulistão.