Nascido em Sergipe, o artilheiro Diego Costa decidiu recusar o chamado do técnico Luiz Felipe Scolari e priorizar a seleção espanhola. Pelé, tricampeão mundial, compreende a decisão do jogador do Atlético de Madrid, mas vê uma escassez de atacantes no time nacional.
"O Diego Costa seria mais um jogador que poderia defender a Seleção. Talvez não fosse titular ou nem jogasse. Ele disse que não havia sido prestigiado antes e tenho a impressão que a atitude dele foi correta", declarou Pelé na tarde desta segunda-feira, durante evento promocional em São Paulo.
O técnico Luiz Felipe Scolari chegou a convocar Diego Costa para os amistosos contra Itália e Rússia, disputados no último mês de março, e ficou furioso com a decisão do jogador de priorizar a Espanha visando à Copa do Mundo-2014. Pelé, por sua vez, foi diplomático ao comentar o assunto.
"Eu acho que tem que respeitar a decisão dele. Estando no Brasil, não temos condição de saber exatamente o que aconteceu, mas ele teve coragem de dizer: ‘não, vou ficar aqui". Eu entendo (a postura do jogador) e acho que ele teve coragem para assumir", declarou.
Pelé contou com a companhia de atacantes de alto nível para conquistar as edições de 1958, 1962 e 1970 da Copa do Mundo com a camisa da Seleção Brasileira. Atualmente, na visão do ex-camisa 10, há uma escassez de avantes à disposição do técnico Luiz Felipe Scolari.
"Para o Brasil, fica difícil montar um time com atacantes como tínhamos antigamente, como Garrincha, Pelé, Zico e Romário. Hoje, não existe mais essa gama para escolher. A força da Seleção atualmente está na defesa", declarou o ex-jogador, autor de mais de 1.100 gols.
Ainda que enfatize a diferença em relação aos seus tempos de jogador, Pelé comemora a solidez defensiva da Seleção Brasileira a menos de um ano da Copa. O zagueiro Thiago Silva, por exemplo, está entre os indicados ao prêmio de melhor jogador do mundo ao lado do atacante Neymar.
"A grande surpresa do Brasil atual é que do meio para trás nós temos muito mais confiança do que do meio para a frente. No meu tempo, eram os atacantes que decidiam. Felizmente, o Brasil tem um bom sistema defensivo. Hoje, vejo a Seleção muito bem estruturada nesse setor", declarou.