Os protestos da torcida durante e após a derrota para o Goiás não foram o único motivo de irritação do presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, na quarta-feira. A GE.net apurou que, antes do jogo, houve uma discussão acalorada entre ele e o diretor jurídico do clube, Kalil Abdalla, motivada por ciúme político.
Juvenal soube que um ex-jogador da década de 1970 necessitava de assistência médica e passou essa responsabilidade ao dirigente, que é provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Mais tarde, porém, descobriu que Kalil procurou o médico e vereador Marco Aurélio Cunha e então foi tirar satisfação.
Cunha é amigo de Kalil e irmão remido da instituição hospitalar, mas atualmente rival político de Juvenal no clube, devendo concorrer às eleições de 2014 – desde que consiga o mínimo de 55 assinaturas de conselheiros vitalícios para formar chapa de oposição.
O bate-boca no Morumbi foi áspero. Juvenal cobrou Kalil com tom de voz elevado. Sentindo-se desrespeitado, o diretor jurídico respondeu que não era da família do mandatário. Apesar de contida, a discussão gerou mal-estar e abriu fissura na situação, a menos de um ano do pleito presidencial, marcado para abril.
Procurado pela reportagem, o dirigente confirmou o pedido de Juvenal para ajudar o ex-jogador, mas negou o desentendimento. "Sou diretor do Juvenal. Se tivéssemos brigado, ele teria me demitido ou eu teria pedido demissão", falou.
O certo é que, desde que afirmou intenção de se candidatar, Cunha tem sido procurado por situacionistas que compartilham da opinião de que o atual presidente é centralizador. Na quinta-feira, dia seguinte aos pedidos da torcida pela saída de Juvenal, o ex-superintendente do clube se reuniu com cerca de 50 associados e conselheiros em um jantar na capital paulista.