Edson Silva e Thiago Carleto não são propriamente líderes do elenco são-paulino. Mas foram eles os escolhidos pelo clube para falar pelo grupo nesta segunda-feira. Titulares na vitória de domingo apenas para suprir desfalques, ambos compartilharam discurso de que o ambiente é ótimo e que o grupo acatará qualquer decisão tomada pelo Ney Franco, como a de não tolerar mais insatisfações como as de Paulo Henrique Ganso e Lúcio ao serem substituídos.
"O vestiário está super bem, super tranquilo. O clima está ótimo. Falei para alguns companheiros que a gente não está acertando passes de contra-ataque. Mas, internamente, em termos de treinamento, dia a dia, o ambiente está maravilhoso. A gente está super bem um com o outro. Não tem nem porquê estar chateado um com o outro ou com a comissão técnica", jurou o primeiro.
Quarta opção para a defesa na teoria, Edson Silva atuou – e fez gol – contra o Oeste porque Lúcio cumpria suspensão e Rhodolfo se recupera de entorse no tornozelo direito. O recado de Ney Franco aos insatisfeitos não foi dirigido a ele, mas a um de seus concorrentes na posição, Lúcio. Sacado no início do segundo tempo da derrota para o Arsenal, o pentacampeão mundial não ficou no banco de reservas e foi o primeiro a deixar o vestiário depois do apito final.
Apesar do cuidado para não chatear o companheiro, Edson Silva mostrou respeito à hierarquia do treinador. "O que ele decidir está bem decidido. Ele é o comandante, a gente tem que respeitar. Às vezes, o jogador sai de cabeça quente, sai chateado. Jogador quer sempre jogar. Mas o que o treinador decidir está bem decidido. Se ele impôs isso, a gente tem que respeitar e pronto", falou.
Carleto, o segundo a dar entrevista, deu opinião quase idêntica. "Temos que respeitar nosso comandante. Se ele acha que tem que tomar decisão por atitude de alguns jogadores, vamos respeitar. O grupo está fechado, bem unido, e queremos muito sair dessa situação", comentou o lateral esquerdo, reiterando o bom clima existente no elenco.
"O clima está bom. Claro que nós sabemos da cobrança. Deu para ver a torcida (vaiar no domingo). Mas não adianta, o momento é de se concentrar, se unir, falar pouco e, quando entrar em campo, mostrar que temos um bom elenco", garantiu, já evitando falar muito mesmo.