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Santos e Corinthians ficam no empate sem gols

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Em um Morumbi bem longe de estar lotado, Santos e Corinthians também não chegaram a jogar um futebol de encher os olhos na tarde deste domingo. Os rivais paulistas disputaram um clássico com algumas chances de gol, mas com poucas emoções, e não passaram do empate por 0 a 0 no confronto entre os astros Neymar e Alexandre Pato.

O resultado não aumenta nem diminui os problemas do Santos, que enfrenta irregularidade no início de temporada. O time praiano totaliza agora 18 pontos no Campeonato Paulista. No próximo domingo, visitará o Atlético Sorocaba com a expectativa de subir na tabela.

Já o Corinthians dará atenção para a sua prioridade antes de voltar a se concentrar no torneio estadual, em que soma 15 pontos. A equipe da capital viajará ainda neste domingo para enfrentar o Tijuana pela Copa Libertadores da América na quarta-feira, na fronteira do México com os Estados Unidos. Pelo Paulista, receberá o Ituano no sábado.

O jogo – O Santos se comportou como um verdadeiro mandante nos primeiros minutos de clássico no Morumbi. Apesar de a sua torcida não lotar o estádio do São Paulo, o time comandado por Muricy Ramalho começou a partida no campo de ataque. Chegou a assustar o Corinthians, principalmente através das jogadas de bola parada.

Titular neste fim de semana, Marcos Assunção se tornou o maior trunfo santista na tentativa de abrir o placar. A primeira chance do volante em cobrança de falta parou na barreira do Corinthians. Na segunda, ele alçou a bola para a área da direita, e Cícero completou de cabeça para o gol. Em posição de impedimento.

O susto fez o Corinthians perder a timidez no Morumbi. A partir dos dez minutos de partida, os visitantes passaram a usar a velocidade dos seus homens de frente (exceção feita ao meia Danilo, que gosta de cadenciar o jogo) para envolver o Santos. O caminho para o gol parecia bem claro: pelo lado esquerdo do campo.

Para aproveitar a ineficiência de Rafael Galhardo na marcação, Renato Augusto passou a jogar no setor canhoto, enquanto Danilo servia de referência na direita. Com o apoio do jovem Igor, substituto do poupado Fábio Santos, o Corinthians envolveu o Santos por ali e criou as suas primeiras oportunidades de gol – sempre com a participação de Alexandre Pato.

Aos 11, na primeira investida pela esquerda, Renato Augusto avançou até a linha de fundo após jogada de efeito de Pato e bateu cruzado. Rafael defendeu. O meia ainda tentou alguns chutes fortes e cruzamentos por ali antes de o Corinthians voltar a usar também o lado direito para incomodar o Santos.

Uma das melhores chances do Corinthians na primeira etapa surgiu pela direita, onde Léo também não era exemplo de marcação. Aos 33 minutos, Edenílson recebeu a bola de Pato e cruzou à meia altura. O centroavante Guerrero chegou atrasado e não conseguiu concluir. Melhor para Galhardo, que fez o corte para fora e redimiu-se dos erros anteriores.

Incentivado pelos gritos de Muricy Ramalho e de sua torcida, o Santos se soltou novamente no ataque. Muito por causa de Neymar, que vinha buscar jogo no meio-campo (onde Montillo era inoperante), brigava com os volantes corintianos e ciscava de um lado a outro do gramado. Aos 35, o atacante carregou a bola da direita para a esquerda e caiu na área. A torcida pediu pênalti, e o árbitro Guilherme Ceretta de Lima poupou o cartão amarelo por simulação.

O Corinthians ainda levou perigo ao Santos pela última vez na etapa inicial. Aos 38, Pato mostrou habilidade ao se livrar de dois marcadores, deixou Marcos Assunção no chão e deu a assistência para Paulinho. O volante abusou do preciosismo ao driblar Rafael. Perdeu o ângulo para concluir e facilitou a defesa do goleiro santista.

No intervalo, Muricy tomou uma iniciativa contra a deficiência defensiva de seu time. Trocou Galhardo por Bruno Peres. As torcidas dos dois times também adotaram uma postura diferente no segundo tempo. Com menos calor no Morumbi, começaram a empurrar o Santos a ir "para cima deles" e a lembrar os corintianos que "temos de ganhar".

O Corinthians buscou justificar a euforia do público logo aos quatro minutos. Em um bom e surpreendente lançamento de Ralf, Renato Augusto ficou livre de marcação diante de Rafael e finalizou por cobertura. A bola parou na rede, porém por cima do gol. Foi o suficiente para deixar o clássico ainda mais movimentado.

O Santos procurou mostrar que não sentiu o golpe. Ainda rodando pelo campo, o camisa 360 (por conta de uma ação de marketing) Neymar alavancou o seu time à frente. Até voltar a cair dentro da área do Corinthians. Desta vez, o árbitro aplicou a punição com o cartão para o astro, que se levantou cabisbaixo.

Quando o Corinthians começou a investir demasiadamente nos cruzamentos longos, Tite decidiu fazer alterações. Guerrero, que atuava longe da área, e Danilo saíram para as entradas de Emerson e Douglas. No Santos, Muricy se cansou da baixa efetividade de Montillo e colocou o jovem Felipe Anderson no lugar do argentino.

As mudanças dos dois times não surtiram os efeitos desejados pelos treinadores. O clássico ficou monótono na maior parte do segundo tempo, com gingas esporádicas de Pato e Neymar. Emerson, que perdeu espaço no Corinthians por seus atos de indisciplina, até conseguia tirar do sério alguns defensores santistas – sofreu algumas faltas do seu desafeto Léo. Mas era pouco efetivo.

Foi do Santos, que ainda contou com Giva na vaga de André, a última boa oportunidade de gol no Morumbi. O time mandante assustou o rival da mesma maneira que fazia no início do clássico. Uma falta cobrada por Marcos Assunção parou em defesa de Cássio e toque no travessão, aos 34. Pelo Corinthians, Romarinho substituiu o cansado Pato nos minutos finais – e pouco teve tempo para dar emoção ao clássico.

 

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