O menor de idade que prometeu se entregar à polícia como responsável por atirar o sinalizador que causou a morte de um torcedor boliviano de 14 anos no empate por 1 a 1 entre Corinthians e San José pela Copa Libertadores falou à mídia pela primeira vez neste domingo, se mostrando arrependido e negando que esteja protegendo outros membros da torcida organizada Gaviões da Fiel. "Depois daquele momento, pensei que minha vida tinha acabado. Não sabia o que fazer, eu tinha matado uma criança de 14 anos de idade", declarou em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.
O jovem pediu perdão pelo ato. "Quero pedir perdão para a família do Kevin e para a família dos torcedores presos na Bolívia", afirmou o torcedor, que estava acompanhado da mãe na entrevista. mostrando mais de seu arrependimento: "Me sinto a pior pessoa do mundo, me arrependo amargamente". Sua mãe, no entanto, admitiu que talvez não fosse capaz de perdoar se estivesse na situação da mãe de Kevin Douglas Beltrán Espada.
O jovem descartou a hipótese de que teria sido entregue pela Gaviões da Fiel apenas por ser menor de idade, o que impede que ele sofra punições mais pesadas por parte da Justiça brasileira. "Não estou protegendo ninguém, só quero assumir o meu erro. É errado que pessoas paguem por coisas que não fizeram, se eu estivesse no lugar deles não iria querer pagar injustamente", garantiu.
No entanto, o menor explicou que a torcida impediu que ele se entregasse no local no lugar dos torcedores que foram presos na Bolívia. Por conta de uma assinatura da mãe, a Gaviões da Fiel era responsável pelo jovem. "Eu podia me entregar para a polícia no lugar dos que foram presos, mas o pessoal falou que era melhor não me entregar por estar na Bolívia e ser da responsabilidade deles", contou.
O torcedor afirmou que foi comprar o sinalizador sozinho. "Fui comprar uns jogos de videogame na rua 25 de Março e vi um cara vendendo esses sinalizadores. Decidi comprar um deles para levar para o jogo. Queria buscar meu espaço, mostrar que fui eu que fiz aquilo. Queria fazer uma festa para o Corinthians, eu amo o Corinthians", comentou.
O jovem também garantiu que não tentou mirar o projétil na torcida adversária. "Eu estava comemorando o gol, peguei o sinalizador e fui acender. Tirei a capinha e no momento não aconteceu nada, quando fui puxar disparou na torcida, mas não tentei mirar. Não sabia que iria sair voando desse jeito", relatou.