No primeiro teste da tática 4-5-1 que o técnico Muricy Ramalho pretende implantar no time do Santos, nada deu certo. Desconfortável como centroavante, Neymar foi expulso aos 46 minutos do primeiro tempo, após se envolver em confusão com o lateral Artur. Sem reação, o time da Vila Belmiro foi derrotado por 3 a 1 em Moisés Lucarelli, com os gols marcados por Bruno Silva, logo no início do primeiro tempo, e Alemão, duas vezes. André marcou para o Peixe, mas não evitou que a Ponte Preta se consolidasse na liderança do Campeonato Paulista.
Com os três pontos somados no confronto entre os líderes do Estadual, a Ponte se isola com 18 e deixa o Santos só na quarta posição, com 14, e acumulando duas derrotas consecutivas na temporada. O Linense agora é vice-líder e seguido de perto pelo Mogi Mirim. Contando a última temporada, o time de Guto Ferreira acumula dez jogos de invencibilidade, mas não teve tanto trabalho para derrotar os comandados de Muricy, que pouco criaram após a expulsão de Neymar.
O primeiro gol da partida foi marcado aos dez minutos do primeiro tempo, após lançamento preciso do ex-corintiano Cachito Ramírez e conclusão de Bruno Silva. Apático, o Santos levou o segundo de Alemão e só reagiu aos 41 da etapa complementar, com André. Ainda houve tempo para falha de Rafael e mais um da revelação da base santista.
Como o meio de semana será de Libertadores e apenas uma partida adiada do Paulistão (entre São Caetano e São Paulo), Peixe e Macaca voltam a jogar apenas no próximo domingo, às 18h30. Enquanto a Ponte recebe o São Bernardo, em Campinas, o XV de Piracicaba viaja à Vila Belmiro para pegar o Santos.
O Jogo – Os primeiros minutos de bola rolando exibiram dois times cautelosos na hora do ataque. A Ponte temia o novo esquema tático do Santos que, por sua vez, não sabia o que esperar de um time que tem como principal característica jogar no erro do adversário. Logo no primeiro lance da partida, o zagueiro Cléber se atreveu a driblar Neymar e tentar o lançamento para Diego Rosa, que sofreu falta de Arouca. Nenhum atacante da Ponte alcançou o lançamento e a bola da primeira chance do jogo saiu pela linha de fundo de Rafael.
O Santos chegou com perigo pela primeira vez quando Durval lançou Léo no campo de ataque e o experiente lateral esquerdo do Peixe, que fazia seu primeiro jogo na temporada 2013 recuperado de uma cirurgia no joelho direito, passou para Neymar, que tocou curto, recebeu de volta de Montillo e finalizou para boa defesa do goleiro da Ponte. Justamente no momento em que o Santos se soltava, mas encarava uma forte marcação da Ponte, o time de Campinas abriu o marcador.
O talentoso peruano Cachito Ramírez foi responsável por levantar a bola na área do Santos, que errou feio na tentativa de fazer linha de impedimento e deixou Bruno Silva livre para concluir na saída de Rafael e abrir o placar no Moisés Lucarelli. A Ponte fazia seu típico jogo naquele momento da partida, marcando forte no meio-campo e deixando Neymar isolado na frente. Com esquema defensivo sólido e sempre abrindo suas jogadas, aproveitou uma desatenção santista para marcar.
A partir do gol da Ponte Preta, que foi marcado aos dez minutos, o Santos buscou o ataque com mais pressa, mas a aposta foi sempre na bola parada de Marcos Assunção. Aos 20, em cobrança de falta, o camisa 20 do Peixe teve o tiro preciso desviado pelo último homem da barreira adversária. Dois minutos depois, o ex-palmeirense levantou na área para Durval aparecer frente a frente a Edson Bastos e obrigar o goleiro da Ponte a praticar uma grande defesa.
Enquanto a Ponte exercia marcação pesada para segurar a vantagem, o Santos batia cabeça e não conseguia nenhuma jogada diferente da bola parada de Marcos Assunção. O novo esquema tático não foi bem compreendido pelos atletas de meio-campo, que se enrolavam na hora de sair jogando e obrigavam Neymar a retornar para buscar a bola. Desconfortável de costas para o gol, o camisa 11 acabou dando dor de cabeça ao técnico Muricy Ramalho ainda no primeiro tempo.
No primeiro dos dois minutos de acréscimo do árbitro Luiz Flábio de Oliveira, Neymar se envolveu em uma confusão dentro da área da Ponte, após falta cometida por Edu Dracena no goleiro Edson Bastos. O camisa 11 do Peixe tentou chutar a bola, mas acertou por acidente o lateral Artur, que reclamou e começou a trocar tapas e provocações com o santista. A solução do árbitro foi segurar o jogo e expulsar os dois jogadores no ato.
De volta para a etapa complementar, o Santos teve André no lugar de Renê Júnior e encontrou uma Ponte Preta ainda mais enclausurada em seu campo de defesa. Montillo chamou a responsabilidade e começou a ser o jogador mais agressivo do time do Santos, mas logo encarou a falta de ritmo e parou e produzir. Com Assunção, Cícero e Arouca pouco produtivos, o Santos parecia ter ainda menos pressa que a Ponte Preta e não produziu nenhuma jogada eficiente.
Coube à Ponte Preta aproveitar a apatia do Santos para marcar o segundo, aos 35 minutos do segundo tempo. Cicinho armou boa chance e deixou Alemão na cara do gol para esperar a saída de Rafael e anotar o dele. Revelação da base do Santos, o reserva de Willian nem comemorou o gol marcado. Com base na velocidade de Patito Rodríguez e Felipe Anderson, o Peixe descontou: André, aos 41 da etapa complementar, para espantar a má fase, mas sem conseguir a vitória.
Nos últimos minutos, com novo árbitro por conta da lesão de Luiz Flávio de Oliveira, Alemão ainda aproveitou uma falha de Rafael na saída do gol para marcar o terceiro e fechar a contagem.