A estrutura do time rebaixado no Campeonato Brasileiro de 2012 segue sem fazer o Palmeiras ganhar. Sem vencer desde 20 de outubro, quando bateu o Cruzeiro, o Verdão estreou neste domingo no Paulistão empatando sem gols com o Bragantino no Pacaembu, quando até seu maior astro falhou.
A grande chance do Verdão surgiu aos 13 minutos do segundo tempo, quando Souza, o melhor em campo, sofreu pênalti. Chance para Barcos dar alegria à torcida, mas o argentino, autor de 28 gols no ano passado, acertou a trave.
Com a falha do camisa 9 e capitão, a equipe, sem ritmo e entrosamento e com pouca qualidade, ficou nervosa demais para ir além de um 0 a 0. Mesmo assim, Mazinho ainda acertou o poste em rara chance em meio à retranca adversária. Por isso, a equipe toda saiu de campo vaiada, assim como o presidente Arnaldo Tirone e o vice-presidente Roberto Frizzo, xingados com palavrão.
O time terá nova chance de encerrar seu jejum de vitórias na quarta-feira, às 22 horas (de Brasília), diante do Oeste, em São José do Rio Preto. No mesmo dia, também pela segunda rodada do Estadual, às 17 horas, o Bragantino recebe o Linense.
O jogo – Por ser o primeiro jogo na temporada, após um tempo curto de preparação, Gilson Kleina não exigiu a marcação sob pressão no campo adversário que gosta de ver no time. Mas voltou-se ao ataque taticamente: segurou Márcio Araújo quase como um zagueiro para Juninho ajudar Luan pela esquerda, Patrick Vieira corria pelo outro lado e Wesley tentava se aproximar de ambos.
Mas a prática não ocorreu como o técnico queria. Sem ritmo, Wesley não conseguiu dar dinâmica, assim como Patrick Vieira: ambos erravam passes demais. As investidas de Juninho ainda eram atrapalhadas por Luan, quase sempre falhando ao tentar dominar a bola. Assim, Barcos ficava isolado, sendo obrigado a sair da área para fazer o time andar, mas sem sucesso nas tabelas.
Para piorar, o estreante lateral direito Ayrton parecia temeroso em atacar e ainda dava espaço na defesa, tanto que Léo Jaime apareceu com liberdade para isolar diante do também recém-contratado Fernando Prass, logo aos seis minutos. A partir daí, o principal nome do primeiro tempo começou a aparecer: Souza.
O volante que ocupa o posto de Marcos Assunção em campo também tomou conta das bolas paradas. E se tornou a melhor (e única) opção de ataque do Palmeiras. Em duas faltas laterais, gerou chute perigoso de Barcos e em outra encobriu o goleiro Rafael Defendi, batendo rente ao travessão.
Confiante, o meio-campista que volta do Náutico passou a preencher o vazio no meio-campo entre os três zagueiros do Bragantino e seus volantes, que perseguiam Wesley e Patrick Vieira. Logo, teve espaço para arriscar com a bola rolando, levando perigo com seus fortes arremates.
A disposição de Souza até acordou Ayrton, que começou a atacar. Mas o camisa 2 não agradava, mesmo quando o volante permitiu que ele cobrasse faltas ou escanteios – o ex-jogador do Coritiba facilitou o trabalho dos defensores do Bragantino neste domingo. Assim, faltavam opções para o Verdão quando o adversário passou a fechar o caminho de Souza.
A falta de ritmo ainda prejudicava no campo defensivo, tanto que, nos minutos finais Léo Jaime voltou a ter liberdade nas costas de Ayrton para finalizar, desta vez nas mãos de Fernando Prass, e Lincom, diante do goleiro, só não fez o gol porque faltou habilidade para dominar a bola e Luan correu para atrapalhá-lo.
No intervalo, Gilson Kleina cobrou a presença de seu time no campo adversário, e o Palmeiras dominou a posse de bola trocando passes do meio-campo para frente. Assim, Souza tinha companheiros para tabelar. Desta forma, entrou na grande área, driblou Rafael Defendi e sofreu pênalti, aos 12 minutos. Coube a Barcos fazer a cobrança. E o argentino acertou a trave.
Ver o poste esquerdo do gol do tobogã balançar tirou de vez a paciência dos palmeirenses presentes no Pacaembu. E do time também. A equipe não tinha criatividade para achar espaço na retranca armada pelo Bragantino, que nem passava pelo meio-campo.
Gilson Kleina resolveu abrir o time, escalando Maikon Leite e Mazinho nas pontas. Para mexer, contudo, acabou expondo Luan, intensamente vaiado e xingado quando foi substituído aos 26 minutos. Estava claro que é necessário mais do que correr neste ano para agradar, muito menos insistir em cruzamentos. E o Verdão, neste domingo, não fez mais do que isso. No desespero, a última meia hora de partida não foi além de um chute de Mazinho na trave, aos 31. Muito pouco.