O mundo do futebol assistiu a um embate entre dois gigantes europeus nesta terça-feira, com direito a 17 títulos da Liga dos Campeões em campo. Em Dubai, no The Sevens Stadium, o Milan goleou o Real Madrid por 4 a 2, encerrando a série vitoriosa do time merengue, que já durava 22 partidas seguidas – recorde absoluto no futebol espanhol. Embora tenha sido apenas um amistoso, o resultado foi muito comemorado pelos italianos, que têm uma folha salarial muito inferior à do clube de Florentino Pérez.
Com um time misto – Cristiano Ronaldo era o único que vinha atuando como titular na temporada –, o Real passou sufoco no início. O Milan era claramente superior, dominando a posse de bola e os lances de perigo. Ainda assim, a presença do time merengue em Dubai já era motivo de festa por si só, e a cada domínio de bola do português (que concorre ao seu terceiro prêmio de melhor jogador do mundo), a torcida local ia ao delírio.
Bem marcado, o camisa 7 merengue abusava das pedaladas e dos elásticos. Enquanto isso, o Milan tocava a bola de pé em pé no campo de ataque em busca de espaços, alcançando posse de cerca de 65%. Comandado por Filippo Inzaghi há seis meses, após a saída do também ídolo Seedorf, o Rossonero mostrava sinais de evolução e de umtiki-taka em formação.
E foi assim que, sem o favoritismo, mas com muito esforço, que o Milan seguiu apertando o Real no seu campo de defesa. Aos 23 minutos, o time espanhol mais uma vez mostrou traços do relaxamento que marcou sua primeira etapa, quando Nacho tentou um recuo arriscado para o goleiro Navas e entregou a bola de presente para Ménez. O francês ainda parou para dominar, cortar o arqueiro e rolar com categoria para o fundo do gol, abrindo o placar para os italianos.
Na sequência, a equipe ainda teve a chance de ampliar com Montolivo, que arriscou um belo chute de primeira, mas viu a bola passar raspando a trave esquerda do goleiro costarriquenho. Logo depois, aos 30, Mèxes iniciou uma bela jogada pelo lado direito e a bola foi parar nos pés de El Shaarawy, que arriscou o chute rasteiro de fora da área e acertou o cantinho esquerdo de Navas, ampliando a vantagem milanista. Vendo o resultado escapar, Ancelotti orientou sua equipe a jogar no contra-ataque, explorando os erros do Milan.
Como resultado da ordem do italiano, Cristiano Ronaldo diminuiu quatro minutos depois. Jesé carregou a bola pela intermediária em velocidade, descendo em contra-ataque, e lançou o português, que nem sequer dominou antes de soltar uma bomba com endereço certo para o fundo da meta de López.
Na volta para o segundo tempo, El Shaarawy teve duas chances seguidas de reafirmar a vantagem milanista. No primeiro lance, o italiano foi fominha e tentou resolver sozinho, parando em Casillas – que entrou em campo no intervalo. Na sequência, todavia, o atacante recebeu dentro da área e tocou no cantinho do espanhol, fazendo o terceiro do Rossonero. O atacante italiano só havia anotado um único gol desde o início da temporada 2014/2015, e não marcava duas vezes no mesmo jogo desde novembro de 2012.
Aos 28, o jovem Niang cruzou para a área e Pazzini aproveitou, empurrando de peixinho para o fundo do gol, anotando o quarto do Milan. Dez minutos depois, o árbitro assinalou pênalti para o Real. Na cobrança, Benzema colocou no canto superior direito de Agazzi, que não teve a menor chance de defender. Apesar do gol tardio, não houve mais tempo para a reação madridista, e Carlo Ancelotti se despediu da série de 22 vitórias seguidas – justamente em uma derrota para seu ex-time.