O clima nas Laranjeiras é de desconfiança. A temporada sem grandes conquistas dentro de campo foi finalizada nesta quarta-feira com o encerramento da parceria entre o Fluminense e a Unimed, até então sua principal patrocinadora. A empresa emitiu por meio de pronunciamento oficial.
“A Unimed-Rio informa que encerrará seu contrato de patrocínio ao Fluminense Football Club ao fim de 2014, após 15 anos de parceria. A decisão é fruto de uma revisão da estratégia de marketing da empresa”, escreve o presidente Celso Barros, preferindo não detalhar os motivos para o fim da relação.
O mandatário da patrocinadora em muitos momentos entrou em atrito com a própria diretoria do Tricolor. Nos últimos anos, ele e o presidente Peter Siemsen bateram cabeça por discordar das mais diversas decisões com relação ao futebol. Especula-se que uma das causas do final da parceria seja o posicionamento de Siemsen, que ultimamente teria tentado diminuir o poder da Unimed sobre o clube.
A interferência direta de Celso Barros gerou discussões nos bastidores das Laranjeiras e a relação ficou abalada no segundo mandato de Peter Siemsen. Ainda assim o esperado era que, em vez de encerrarem, as partes reformariam a parceria em resposta à diminuição do investimento da cooperativa para o ano que vem.
O contrato se estendia até o final de 2016, mas ao final de cada temporada podia ser reavaliado e, como foi o caso neste ano, rompido. O prazo final para a decisão era a próxima segunda-feira, mas Celso Barros preferiu adiantar-se para não aumentar ainda mais as expectativas em torno da manutenção ou não do patrocínio.
Com o corte abrupto dos investimentos, a situação financeira do Fluminense pode ser perigosa no próximo ano. O clube não tem dinheiro para manter os jogadores que eram pagos pela parceira e a tendência é que haja uma debandada das Laranjeiras. Carlinhos foi o primeiro a sair ao acertar com o São Paulo. Diego Cavalieri, Gum, Diguinho, Valencia têm contrato encerrado no fim do mês e também devem deixar o Tricolor.