O estilo polêmico que marcou toda a sua trajetória no futebol acompanhou Eurico Miranda na eleição para presidente do Vasco. Nas primeiras horas da madrugada desta quarta-feira ele foi confirmado como o vencedor de uma eleição marcada por disputas e muita rivalidade. A chapa intitulada de “Volta Vasco. Volta Eurico” recebeu 2.733 votos, contra 1.570 do segundo colocado, Júlio Brant, do grupo “Sempre Vasco”. O pleito bateu recorde e foi o mais votado da história do clube de São Januário. Participaram, ao todo, 5.592 sócios, número superior às eleições de 1985, que contou com 5.553 eleitores, culminando na vitória de Antônio Soares Calçada. No terceiro lugar nas eleições de 2014 ficou a chapa “Identidade Vascaina”, liderada por Roberto Monteiro.
Poucos minutos depois de vencer a eleição, Eurico provocou os adversários e prometeu que irá resgatar o respeito ao Vasco.
“Falei que ia ser assim. Se juntar os votos deles não dá o meu. Estou de volta porque os vascaínos pediram. Estou feliz pelo clube, que vai ter um futuro melhor. Vamos resgatar o respeito ao Vasco”, disse Eurico.
O retorno do dirigente ao poder abre dúvidas sobre como será o papel do Vasco diante de diversos temas do futebol. O dirigente tem péssimo relacionamento com a Rede Globo, dona dos direitos de transmissão da maioria dos campeonatos. Eurico sempre reclamou que o atual presidente, Roberto Dinamite, aceitava os valores baixos propostos e fechava acordos aceitando menos do que outros clubes, como Corinthians e Flamengo.
Eurico Miranda também terá que se relacionar com Marco Polo del Nero, que vai assumir a presidência da CBF no próximo ano. Com Ricardo Teixeira, o dirigente vascaíno tinha momentos de amor e de ódio, porém, não era visto como opositor. Para aliados, Eurico demonstrou preocupação com uma possível "paulistização", conforme ele mesmo falou, do comando da CBF.
Na esfera estadual, acostumado a lidar com dirigentes polêmicos em clubes rivais em sua gestão anterior, Eurico Miranda terá que conviver com pessoas de relacionamento mais ameno. Eduardo Bandeira de Mello, do Flamengo, e Peter Siemsen, do Fluminense, evitam discussões públicas. O Botafogo ainda não definiu seu presidente para o próximo triênio, mas nenhum dos concorrentes têm perfil polêmico. Certo é que o melhor relacionamento de Eurico deverá continuar a ser com Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), seu amigo pessoal.
Agora o Conselho Deliberativo tomará posse em 19 de novembro, quando Eurico será oficializado como presidente. Ao todo, a chapa dele terá 120 representantes, contra trinta representantes da chapa segunda colocada. Esses nomes se juntarão aos 150 permanentes do conselho. A posse de Eurico será em no dia primeiro de dezembro.