O Palmeiras, enfim, fazia um jogo correto, vencia o Figueirense até que, aos 22 minutos do segundo tempo, Valdivia decidiu fazer graça na frente do goleiro caído e abdicou de matar a partida. O rival não teve o mesmo espirito. Com três gols em menos de cinco minutos, o time catarinense virou o duelo em Florianópolis, venceu por 3 a 1 e manteve o Verdão na zona de rebaixamento do Brasileiro.
Um duro golpe para uma equipe que vinha atuando com aplicação e vencia por 1 a 0 graças a gol de Cristaldo, aos 34 do primeiro tempo. Na etapa final, porém, após Valdivia brincar com o gol vazio, Clayton marcou dois, aos 30 e aos 32, e Marcão balançou as redes aos 35. Aos 43, Nathan ainda foi expulso por pisar no adversário, deixando o Palmeiras com um a menos.
Ainda na 16ª posição, estacionado nos 25 pontos, o Verdão tenta sair da faixa da degola recebendo a Chapecoense às 19h30 (de Brasília) de quinta-feira, no Pacaembu. Já o Figueirense, agora a sete pontos do setor de descenso na tabela, visita o Goiás às 18h30 de sábado, no Serra Dourada.
O jogo – Entre ter mais jovens em campo ou mais jogadores que acabam de voltar de lesão, Dorival Júnior decidiu apostar nas categorias de base do Palmeiras. Armou a zaga com Nathan e Gabriel Dias, escalando na linha de defesa só atletas criados no clube, com João Pedro e Victor Luis nas laterais, além de Deola no gol.
Na cabeça de área, atuaram Renato e Marcelo Oliveira, mas a vontade, uma das poucas qualidades do time, faziam com que Diogo e Valdivia voltassem para marcar. Atitude fundamental para segurar a tentativa de pressão do Figueirense, que se complicava sozinho com a bola no campo do Verdão durante os primeiros 15 minutos.
À medida que foi se adaptando ao campo pesado pela insistente chuva em Florianópolis, o Verdão deu trabalho ao goleiro Tiago Volpi já aos três minutos, em chute de Diogo, e começou a se acertar na correria depois do meio-campo. Assim, aos 22 e aos 27, Henrique e Cristaldo apareceram com liberdade na grande área e obrigaram Volpi a continuar trabalhando.
Bem posicionado na defesa, o time só falhou em cobrança de lateral que quase virou gol de bicicleta de Everaldo. Mas os comandados de Dorival logo mostraram que, diferentemente do rival, sabiam mais o que fazer com a bola. Assim, aos 34, Victor Luis cobrou lateral para Diogo girar sobre o marcador e cruzar rasteiro. Henrique deixou a bola passar e Cristaldo, de primeira, abriu o placar com um forte chute de primeira.
Os palmeirenses nas arquibancadas do Orlando Scarpelli e em campo vibravam. Sem encantar, mas fazendo o básico para errar pouco, o time conseguia triunfar. Ainda no primeiro tempo, ainda sofreu com a saída de Renato, com dores, trocado por Bruninho. Mas o que importava era o senso coletivo de marcação.
Na busca por mais jogadas ofensivas, Argel abriu mão do volante Jefferson antes do intervalo e o trocou pelo atacante Marcão, montando um trio na frente e recuando o meia Marco Antônio. Mas não foi suficiente para vencer a aplicação tática dos visitantes, nem mesmo na volta do intervalo.
No segundo tempo, a correção do Palmeiras era ainda melhor, aproveitando-se bem dos contra-ataques. Valdivia sabia arrancar e deu gol para Cristaldo que só não se concretizou porque Tiago Volpi fez grande defesa. Pouco depois, a defesa afastou cruzamento perigoso do argentino para Henrique na pequena área.
Estava tão fácil que Valdivia abusou. Aos 22 minutos, recebeu de Marcelo Oliveira na cara de Tiago Volpi e, com o goleiro caído, já na pequena área, abdicou de chutar nas redes vazias e tentou rolar para Cristaldo. A zaga do Figueira teve tempo para se recuperar e afastar. O lance custou caro.
Argel foi aumentando seu poderio ofensivo com as entradas de Clayton e Mazola e, logo, forçou os costumeiros erros palmeirenses que explicam a vergonhosa campanha do time no Brasileiro. Assim, marcou três gols em menos de cinco minutos, fazendo o que Valdivia não quis.
Aos 30, Clayton subiu mais do que a zaga e aproveitou a hesitante saída do gol de Deola para empatar. Dois minutos depois, passou por tras da zaga e virou com chute cruzado. Aos 35, Marcão se aproveitou de Deola também, cabeceando e vendo o goleiro, como é costume, espalmar a bola para dentro de suas próprias redes.
O resto da partida foi de desespero alviverde. Tentando minimizar o prejuízo da brincadeira de seu camisa 10, Dorival colocou Allione e Bernardo, mas o Palmeiras não conseguia acertar mais nada. E volta a São Paulo com mais uma derrota. O pisão de Nathan no adversário, aos 43 do segundo tempo, resultou na expulsão do zagueiro e em gritos de “olé” para a torcida do Figueira.