As recentes polêmicas envolvendo lances de mão na bola no Campeonato Brasileiro são agora também assunto na principal entidade reguladora do futebol, a Fifa. Ex-árbitro e atual chefe de arbitragem da instituição, o suíço Massimo Busacca, avisou, nesta quarta-feira, em Zurique (SUI), que as medidas tomadas no Brasil não estão de acordo com as orientações da Fifa.
“Não se pode dar falta a qualquer toque de mão. Isso é um absurdo”, declarou o suíço, de acordo com o jornal O Estado de S.Paulo. O ex-árbitro foi claro e diz não entender os critérios dos juízes brasileiros: “A mão faz parte do jogador. Não há como pensar em um jogador sem mãos”.
Segundo Busacca, a arbitragem brasileira tem de pensar se a mão do atleta estava ou não em movimento “natural ou não-natural” e avaliar qual foi a verdadeira intenção no ato: “Quando um jogador tenta fazer seu corpo maior usando a mão, isso deve ser punido”.
O chefe da arbitragem da Fifa também foi enfático ao dizer que os juízes brasileiros precisam saber interpretar melhor o lance e não apenas cumprir o que está escrito na regra formal: “O juiz não pode só pensar como juiz e apenas aplicar o que está escrito. Um juiz precisa se colocar no lugar do jogador e entender um movimento”.
Os lances polêmicos de mão na bola na Série A vêm sendo assuntos frequentes tanto na mídia, quanto entre os atletas. Na última semana, inclusive, durante a convocação da Seleção Brasileira para o Superclássico das Américas contra a Argentina, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, declarou estar preocupado com a arbitragem no Brasil.