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Presidente da Fifa dá nota 9,25 pela Copa do Mundo realizada no Brasil

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A tensão dos anos que antecederam a Copa do Mundo do Brasil foi substituída por uma sensação de alívio nesta segunda-feira, primeiro dia após o término do evento. No mesmo Maracanã onde a Alemanha derrotou a Argentina na prorrogação e ficou com o título, representantes da Fifa, do governo brasileiro e do Comitê Organizador Local (COL) se reuniram para apresentar um balanço positivo do Mundial.

O suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa, era um dos que estavam sorridentes ao falar sobre a organização da Copa. “Calculando tudo o que foi visto, eu daria uma nota 9,25 para o Brasil. Ok?”, comentou, lembrando que havia atribuído um 9 à África do Sul em 2010. “Isso quer dizer que o Brasil melhorou em relação à Copa passada. Mas, como sempre digo, perfeição não existe. Para obter um 10, você precisa ter tudo perfeito. E isso não existe.”

Para Aldo Rebelo, ministro do Esporte, a avaliação de Blatter foi perfeita. O político aproveitou os elogios para desabafar contra as contestações que o Brasil enfrentava antes da Copa do Mundo. Havia grandes temores em relação à capacidade de os aeroportos nacionais comportarem o fluxo de turistas, à violência das grandes cidades, à construção dos estádios, entre outros. Tudo funcionou sem maiores problemas, segundo o balanço apresentado nesta manhã.

“Aos brasileiros, que tiveram tantas dúvidas, quem sabe fique um pouco mais de confiança na nossa capacidade”, rebateu Rebelo. “Entendo que não devemos perder o espírito crítico, mas houve um grande estado de pessimismo, certa descrença. E o País superou essas dificuldades. Dava para perceber que conseguiríamos porque tínhamos passado pela Copa das Confederações, um evento de menor porte, mas realizado em situações adversas por causa das manifestações”, recordou.

Apesar de agora em sintonia com o governo brasileiro, Blatter não quis endossar novamente o termo “Copa das Copas”, propagado pela presidente Dilma Rousseff para classificar o Mundial do Brasil como o melhor de todos os tempos. “Não podemos fazer comparações com qualquer outra Copa, porque cada uma tem a sua história. Mas essa foi excepcional, principalmente pela qualidade do futebol. Foi muito especial. A próxima terá dificuldades para superar essa daqui”, disse o mandatário da Fifa, já antevendo os preparativos para a edição da Rússia, em 2018.

Alexey Sorokin, CEO do COL russo, esteve no Brasil durante a Copa do Mundo para tirar lições do “evento maravilhoso”, como definiu. Aproveitou para garantir que haverá “surpresas e alguns tesouros” ao convidar os estrangeiros a visitarem o seu país daqui a quatro anos. Ao seu lado, Blatter prometeu reuniões periódicas para evitar discordâncias como as que teve com o governo brasileiro. No auge do estremecimento de relações, o francês Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, afirmou que a nação anfitriã do Mundial de 2014 merecia um “chute no traseiro”.

“Nunca fiz críticas aberta nem veladamente aos nossos parceiros de organização da Copa do Mundo. Quando houve diferenças, discutimos de forma franca, sempre levando em conta o interesse maior, o evento. Se não havia consenso, tentávamos preservar o interesse nacional. Mas, no geral, existiu cooperação e harmonia. A isso também se deve o nosso êxito”, concluiu Aldo Rebelo, mais do que satisfeito com o seu 9,25. “Mesmo com as nossas limitações, realizamos uma Copa à altura do que o mundo esperava.”

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