Lionel Messi não fez diante da Alemanha o que sempre se espera de um camisa 10 e, mais ainda, de um jogador eleito quatro vezes o melhor do mundo: decidir. A torcida argentina gritou o nome do craque em diversos momentos no Maracanã, mas, com a derrota por 1 a 0, em vez de reeditar Mario Kempes de 1978 e Diego Maradona de 1986, que envergavam a mesma camisa e pressão que ele e foram campeões, repetiu o Maradona versão 1990, vice.
É verdade que o meia-atacante do Barcelona teve um Mundial muito superior aos de 2006 e 2010, edições em que foi questionado por não repetir na seleção o futebol apresentado em seu clube. Desta vez, foram quatro gols nos três primeiros jogos (Bósnia e Hezegovina, Irã e Nigéria) e, apesar de ter passado em branco diante de Suíça e Bélgica, deixou parcela de contribuição significativa, como o fez também na semifinal, contra a Holanda, convertendo sua cobrança na disputa de pênaltis. Na decisão, entretanto, a Argentina voltou a sentir sua falta.
Assim foi também com Maradona em 1990, igualmente diante dos alemães. Inerte tanto no ataque quanto quando foi um pouco recuado pelo técnico Carlos Bilardo, o maior jogador argentino da história não conseguiui impedir a derrota por 1 a 0. É completamente plausível e esperado que Messi esteja na próxima edição do torneio, a sua quarta, como foi a de Maradona em 1994. Porém, em 2018, talvez não chegue à Rússia com o mesmo vigor físico que tinha hoje, aos 27 anos. Vigor que ele mostrou em sua primeira boa ação neste domingo, aos sete minutos, partindo para cima do zagueiro Mats Hummels e conseguindo invadir a área e atrasar para o meio da área. A defesa fez o corte.