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Desempregados, jogadores do Mixto esperam por pagamento

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No momento em que o futebol de Mato Grosso volta a ter uma projeção nacional positiva, com a inauguração da Arena Pantanal e a vitória do Luverdense sobre o Vasco, pelo Campeonato Brasileiro da Série B, uma notícia ruim volta a manchar o Mixto Esporte Clube, as vésperas de seu 80º aniversário. Desde o jogo com o Santos, pela Copa do Brasil, no novo estádio, no dia 2 deste mês, os jogadores do alvinegro não conseguem encontrar o presidente Eder Moraes e, consequentemente, receber os salários.

Muitos foram embora, deixaram o clube, sem receber seus salários e os direitos trabalhistas e uma nova avalanche de ações se avizinha. O alerta foi feito pelo meia Paulo Almeida, o mais experiente do time. Por telefone, o jogador denunciou a falta de comprometimento da diretoria para com os atletas. “Ainda tenho algumas economias, que não são muitas, mas como ficam meus colegas mais humildades que dependem desse salário? É vergonhoso e lamentável para um Estado que vai sediar a Copa do Mundo ter o time mais tradicional nes-tas condições. A torcida e nós não merecemos isso”, desabafou Almeida.

O gerente de futebol do clube, e braço direito do presidente, o ex-jogador Vicente da Rocha, o “Tim”, é outro que está desesperado. Afinal, ele é que tem sido procurado e cobrado pelos jogadores, porém, a exemplo do presidente, não atendeu aos telefonemas da reportagem. A assessoria de imprensa do clube informou que “o mês venceu no dia 20 de abril”, portanto a uma semana e que o presidente vem se esforçando para saldar a última folha de pagamento do clube, estimada em R$ 80 mil.

Com a eliminação do Mixto da Copa do Brasil, o ano acabou mais cedo para o alvinegro. Após a derrota em Santos, o goleiro Igor chegou a desabafar, reclamando do calendário da CBF. “A partir de hoje estamos todos desempregados e agora, o que esses pais de família vão fazer o resto do ano”, questionava Igor.

Ação – na semana passada, Moraes tentou paralisar o Campeonato Brasileiro da Série C, com uma ação na Justiça Comum, requisitando a vaga do CRAC-GO – adversário do Cuiabá, no domingo, em Lucas do Rio Verde. A ação não progrediu e o Dourado venceu o jogo por 3 a 1.

No último sábado, a Justiça do Trabalho em Mato Grosso divulgou nota oficial dando conta de que a renda do jogo Mixto e Santos, no dia 2, deveria ser arrestada para quitação de uma dívida proveniente de ações trabalhistas. Antes do jogo, o presidente Éder Moraes alertou no entanto que havia feito um acordo com a Justiça, a fim de parcelar o pagamento. O dirigente não foi localizado e nem atendeu aos telefonemas da reportagem para explicar a situação. Apesar da crise que insiste em perdurar no clube, Moraes tem anunciado uma festa com comida e bebida de graça para o dia 18 de maio, data do 80º aniversário do clube.

Assim, o alvinegro cuiabano aguarda a confirmação da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) sobre a realização da Copa Mato Grosso. O torneio regional, seletiva para competições nacionais, seria realizado no segundo semestre, após a Copa do Mundo, mas, devido o contingenciamento de recursos do Governo do Estado – principal patrocinador – o evento pode ser cancelado este ano.

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