O Gre-Nal 400 foi na Arena, mas a festa foi do Inter. Com dois gols de Rafael Moura no segundo tempo, o time de Abel Braga venceu por 2 a 1 e não só faturou o clássico histórico, como também encaminhou o título do Gauchão. O gol gremista foi marcado por Barcos, na primeira etapa. Com o resultado, o Inter pode até perder por 1 a 0 no jogo de volta, em 13 de abril, que ocorrerá no Beira-Rio ou no Centenário, em Caxias, que conquistará o Gauchão.
O Gre-Nal quatrocentão começou pegado, algo tradicional nos 399 anteriores. Nas arquibancadas, os gremistas se demoravam em vaias a Dida, agora colorado, a cada reposição de bola. Mas dentro de campo transcorria um jogo em alta velocidade, principalmente pelos lados do campo.
No Grêmio, a dobradinha Wendell-Dudu pela ponta esquerda levava perigo. E logo aos três minutos o camisa 7 se embrenhou na zaga colorada na base do drible, enfileirando Aránguiz e Juan, e arriscando por cima.
A resposta do Inter veio no ataque seguinte. Willians puxou uma arrancada pelo lado direito, entortou Edinho, depois ultrapassou Wendell e calibrou o pé esquerdo, obrigando Grohe a espalmar pela linha de fundo.
O goleiro gremista, aliás, protagonizou um dos lances mais icônicos do clássico. Após um contragolpe puxado por D'Alessandro, a bola chegou até Rafael Moura na ponta direita, que centrou com precisão para Alex, que apenas teve o trabalho de escorar de cabeça. Só que Marcelo Grohe, talvez impulsionado pelo espírito de Eurico Lara, com puro reflexo e precisão evitou um gol praticamente certo.
Mas quem estava mais perto do gol era o Grêmio. Aos 10, Barcos ganhou de Paulão na entrada da área e arrematou para defesa de Dida. Dudu e Wendell cada vez mais incomodavam a zaga colorada pela esquerda. Só que veio do outro lado um certo lançamento na medida, aos 14 minutos.
Foi do pé direito de Pará, que levantou a bola com precisão na área para Barcos, que se antecipou a Juan e testou com força, alto, no ângulo colorado, para abrir o placar na Arena.
Dois minutos depois, quase o 2 a 0. Wendell cruzou na área, Dudu não conseguiu dominar e a sobra ficou para Riveros, que acertou uma meia-bicicleta no canto de Dida, que se esticou todo, feito um Manga, para evitar o gol.
Já sem a mesma intensidade, o Inter tentava responder ora com arremates de Jorge Henrique, ora com chutes e cabeceios de Rafael Moura.
Mas o Grêmio ainda teria mais duas oportunidades no primeiro tempo: uma com Riveros, aos 39, que recebeu passe de Luan, invadiu a área e mandou por cima. Depois, aos 43, em outra assistência de Luan, em que Barcos dividiu com Dida e por pouco não ampliou.
Rafael Moura vira o jogo para o Inter
Com o domínio do Grêmio na primeira etapa, Abel Braga tratou de mexer no Inter durante o intervalo. Sacou Juan e Jorge Henrique, e mandou Ernando e Alan Patrick a campo. O que deu mais qualidade e movimentação ao meio-campo colorado.
Logo no primeiro minuto, D'Alessandro tentou cruzamento para Rafael Moura, afastado por Wendell. Depois foi a vez de Gilberto, que centrou nas mãos de Grohe. E na terceira vez que insistiu pelo lado direito, o Inter chegou ao gol.
Após passe preciso de Alex, Aránguiz escapou pela ponta, invadiu a pequena área e levantou com precisão para Rafael Moura, que chegou antes de Werley e cabeceou pra baixo, direto nas redes de Marcelo Grohe. Marcando seu primeiro gol em um Gre-Nal. Justamente no 400.
O Inter quase ampliou aos 14 com Aránguiz, que recebeu passe de Moura, invadiu a área e obrigou Grohe a fazer bela defesa. E com D'Alessandro, aos 22, em cobrança de falta rente ao travessão gremista. A pressão, que atordoava a defesa do Grêmio, mais uma vez, deu resultado.
Aos 27, Aránguiz lançou Fabrício na ponta esquerda. Com um ótimo cruzamento, achou Rafael Moura, livre mais uma vez entre os zagueiros, que testou firme novamente para virar o jogo. Festa colorada na Arena.
Enderson Moreira tentou dar nova vida ao Grêmio mandando Alán Ruiz, Maxi Rodríguez e Jean Deretti a campo. Mas pouco mudou.
Apenas uma confusão iniciada por Gilberto e Wendell no apagar das luzes, aos 47 do segundo tempo. Mas nada que tirasse o brilho do clássico.
O Gre-Nal 400 foi do Inter. O Gre-Nal 400 foi de Rafael Moura.