O primeiro confronto da história entre Cruzeiro e os peruanos do Real Garcilaso terminou com revés da Raposa, 2 a 1, de virada, logo na estreia da equipe na Libertadores. O duelo realizado nesta quarta-feira, na altitude de 3.200 metros da cidade de Huancayo, teve equilíbrio de ações na maior parte do tempo, mas faltou fôlego para segurar o placar.
O gol de abertura do marcador foi anotado pelo zagueiro Bruno Rodrigo, que aproveitou cobrança de escanteio para testar para as redes peruanas. Na volta para o segundo tempo, o Garcilaso pressionou e chegou ao empate com Britez. Pouco tempo depois, Rodríguez apareceu livre na área para virar o placar em Huancayo.
O fato triste da partida ficou por conta das manifestações da torcida do Real Garcilaso toda vez que o volante Tinga pegava na bola. O jogador celeste foi muito vaiado, em um claro sinal de racismo. Tinga iniciou o jogo no banco de reservas e entrou na etapa final no lugar de Ricardo Goulart.
O próximo jogo do Cruzeiro pela Libertadores será no dia 25 deste mês contra a Universid de Chile, no Mineirão, mas antes a Raposa tem pela frente o clássico contra o arquirrival Atlético-MG, partida pelo Campeonato Mineiro, no domingo. Já os peruanos do Garcilaso vão até o Uruguai medir forças contra o Defensor Sporting.
O jogo – O Cruzeiro iniciou o duelo contra os peruanos sem sentir os efeitos da altitude de Huancayo, prova disso, é a presença celeste no campo de ataque na maior parte do tempo. O Garcilaso, porém, não se limitou a ficar no campo defensivo, e ameaçou a meta cruzeirense em alguns momentos, gerando um duelo movimentado.
A inversão de jogadas entre as laterais do campo, e os cruzamentos para o avante Marcelo Moreno foram as principais alternativas ofensivas da equipe mineira. Já o time casa procurou pressionar a saída de bola, em clara tentativa de força o erro o celeste, o que aconteceu em alguns momentos, mas o Cruzeiro se mostrou eficiente na hora certa.
A abertura do placar aconteceu aos 19, quando Dagoberto cobrou escanteio, os atacantes cruzeirenses despistaram a marcação, e o zagueiro Bruno Rodrigo apareceu como um raio para testar com violência contra a meta do goleiro Prates, confirmando a fama de jogador de qualidade e de zagueiro artilheiro.
Para buscar o empate, o Real Garcilaso, que encontrou dificuldades para ultrapassar as linhas de marcação cruzeirense, usou e abusou dos arremates de longa e média distância. Como a bola ganha mais velocidade na altitude, a expectativa era que Fábio errasse em algum momento, o que não aconteceu.
O goleiro, por sinal, trabalhou muito durante os 90 minutos. Fábio fez grandes defesas, evitando o empate peruano no primeiro tempo. Antes do intervalo ainda teve tempo para Dagoberto acertar a trave de Pretel. Na volta para a etapa final, o Cruzeiro tomou um susto com Ferreira, que aproveitou cochilo de Dedé e tocou por cobertura na saída de Fábio, mas o defensor se recuperou e salvou quase em cima da linha.
Aos seis minutos não teve jeito, e o Garcilaso chegou ao gol da igualdade com Britez, que aproveitou desvio dentro da área celeste para aparecer com liberdade para empurrar para o gol. Com o empate, o duelo ganhou em intensidade e passou a apresentar um cenário de alternância de oportunidades.
O técnico Freddy Garcia enxergou espaço do lado esquerdo da defesa brasileira, e passou a explorar está faixa do campo. Aos 17, Ramúa cobrou falta cruzada para a aérea, Fábio tentou cortar, mas não achou nada e Rodríguez só teve o trabalho de completar para o gol para virar o jogo em favor do time da casa.
Com a virada no placar, o time da casa diminuiu o ritmo, encolhendo as linhas de marcação e dando poucos espaços para a criação de jogadas dos visitantes. Sem desistir, o Cruzeiro perseguiu o gol de empate até o fim, mas mesmo tendo algumas boas chances teve que amargar o revés, o primeiro nesta temporada.