O goleiro Rogério Ceni confirmou que vai fazer uma despedida em Sinop, onde iniciou sua vitoriosa carreira no futebol. De acordo com o organizador da partida, Júlio César Lobo, o “Biro”, ainda não está definida data para o jogo amistoso. No entanto, a previsão é que seja realizado no início de fevereiro. “Ele ficou de marcar o dia. Acredito que, em duas semanas, no máximo, a gente tenha alguma definição”, adiantou, ao Só Notícias.
Segundo Biro, a intenção é “mesclar” jogadores que atuaram com Ceni no início de carreira no “Galo do Norte”, com jovens promessas da região. “A princípio pretendemos trazer o Ígor, o Natan e o Jean Chera, que estão nas categorias de base do Santos, além do Matheus Vargas, do Corinthians, e o Mateus Fernando, do Sport. Uma parte da equipe que vai disputar a partida seria formada por ex-atletas, como o zagueiro Silva e o goleiro Marília, que passaram pelo Sinop. Estes detalhes ainda não foram definidos”.
Conforme Só Notícias já informou, uma reportagem da ESPN Brasil, relembrou na última semana, a trajetória do “Mito”. A situação inusitada foi contada pelo ex-técnico Nilo Neves, que comandou o Sinop Futebol Clube em 1990 durante a campanha do primeiro título mato-grossense do “Galo do Norte” e foi o grande responsável por lançar, o até então desconhecido, Rogério Ceni.
Ele lembrou que Ceni era o terceiro goleiro da equipe e os dois primeiros, Marília e Valdir Braga, se machucaram durante a competição. A diretoria sinopense queria contratar um novo atleta para a posição, situação que foi rebatida pelo treinador ao escalar um Rogério Ceni, de apenas 17 anos, no gol contra o Cacerense em jogo fora de casa. “No primeiro jogo, a diretoria falou que eu ia embora. A partida estava 0 a 0. Jogando fora, o centroavante se jogou em cima do zagueiro e o árbitro deu a penalidade. Pensei que estava sem emprego. O cara bateu e o Rogério pegou. Eu pensei que estava desempregado, mas ele foi lá e pegou. Aí começou a carreira dele”, disse Nilo.
Aquela partida terminou empatada em 1 a 1, o técnico manteve Ceni no gol e ele ficou lá até o final do campeonato. “Em pouco tempo, porém, Sinop ficou para trás. O garoto que morava no interior de Mato Grosso desembarcou em São Paulo para fazer um teste no clube homônomo. Rogério se perdeu na cidade grande, chegou atrasado e arruinou a primeira chance. Os contatos em Sinop lhe permitiram uma nova oportunidade, que desta vez foi adiada pelo próprio clube”, aponta trecho da reportagem.
Em 7 de setembro de 1990, Rogério Ceni chegava ao CT da Barra Funda para dar início à sua história no São Paulo. O hoje ídolo estreou com a camisa do São Paulo no Metropolitano Juvenil. O primeiro jogo foi um empate por 1 a 1 contra o São Bento, de Sorocaba. Mais tarde, veio o título do torneio na decisão contra o Corinthians.
Em 26 anos de carreira, Ceni conquistou com a camisa tricolor, 3 campeonatos brasileiros, 3 paulistas, 2 mundiais de clubes, 2 Taças Libertadores, 2 Recopas,1 Rio-São Paulo, 1 Supercopa dos Campeões, 1 Copa Conmebol e 1 Copa Sul-Americana. Neste período se consagrou como o maior goleiro artilheiro da história do futebol mundial, com 131 gols. Ele disputou também mais de 1.200 jogos pelo São Paulo. Pelo Sinop Futebol Clube, conquistou o Campeonato Mato-grossense de 1990.
Rogério Ceni se despediu oficialmente dos gramados na última sexta-feira (11), em partida amistosa, no estádio do Morumbi, em São Paulo. O jogo festivo contou com jogadores em atividade e já aposentados, entre eles Lugano, Aloísio, Amoroso, Mineiro, Grafite, Edcarlos, Thiago Ribeiro, Zetti, Cafu, Raí, Toninho Cerezo, Muller e Juninho Paulista. Muricy Ramalho, Renê (filho de Telê Santana), Paulo Autuori e Milton Cruz comandaram as equipes.