Carlos Augusto de Barros e Silva foi eleito como novo presidente do São Paulo na noite desta terça-feira, em eleição realizada no salão nobre do Morumbi. Leco, como é conhecido o candidato, obteve 138 votos dentre os 193 conselheiros que se apresentaram para a votação no clube. No total, 240 poderiam ter colocado suas cédulas na urna. Derrotado, Newton Ferreira, o Newton do Chapéu, obteve apenas 36 votos do colegiado tricolor, enquanto 19 optaram pelo voto em branco.
Com o resultado, o mandatário vai ser uma espécie de “tampão” para completar o período destinado a Carlos Miguel Aidar no cargo, até abril de 2017. Eleito no ano passado, Aidar acabou renunciando no dia 13 de outubro ao posto após algumas denúncias de corrupção e má administração, que culminaram na saída de praticamente toda a diretoria que o apoiava.
Agora, o novo chefe tricolor tem a missão de pacificar a política do clube e tentar sanar as finanças, baqueadas devido a uma dívida que beira os R$ 300 milhões, além de resolver questões como as saídas dos ídolos Rogério Ceni e Luis Fabiano, já agendadas para o encerramento da temporada.
Para ajudá-lo nisso, o elenco profissional terá pela frente a primeira decisão do novo mandatário: contra o Santos, nesta quarta, na Vila Belmiro, tenta reverter um 3 a 1 sofrido dentro de casa e alcançar a final da Copa do Brasil, algo que só aconteceu uma vez, em 2000. Para isso, teria de fazer ao menos três gols e conseguir no mínimo dois tentos de saldo. Um novo 3 a 1 levaria a decisão para os pênaltis.
Aos 77 anos, Leco é uma figura política conhecida nos bastidores do São Paulo. Antes de assumir a chefia do Conselho Deliberativo, em abril de 2014, o dirigente passou por diversos cargos na diretoria do clube, entre os quais se destacam a direção de futebol e a vice-presidência. Ele era apontado como sucessor natural de Juvenal Juvêncio na presidência, mas acabou traído pelo ex-mandatário e teve sua candidatura preterida pela de Aidar.
Presidente interino desde a renúncia do antecessor, Leco tem trabalhado para reconstituir o departamento de futebol com dirigentes que haviam sido demitidos pela antiga gestão. Foram reconduzidos aos seus cargos nas últimas semanas o vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, o gerente-executivo, Gustavo Vieira de Oliveira, e o CEO, Alexandre Bourgeois. Caso seja eleito, Leco deve optar pela manutenção dos três na formação inicial de sua gestão.
Entre as propostas divulgadas por Leco são destacadas a recuperação da credibilidade do São Paulo no mercado e a busca por soluções para a grave crise financeira do clube. Há também a intenção de modernizar o estádio do Morumbi, mas não são apresentados meios concretos que viabilizariam tal ação. Chama a atenção o fato de a chapa reconhecer que a política de austeridade prevista para 2016 acarretará na contratação de reforços modestos para a próxima temporada. Segundo a cartilha de propostas, a revelação de jogadores é o “único caminho seguro” para o time retomar seu histórico vencedor.