Como parte da celebração da Arrancada Heroica, que completa 73 anos neste domingo, Zé Roberto e Fernando Prass imitaram o gesto do recém-nascido Palmeiras em 1942 e saíram dos vestiários do Pacaembu carregando a bandeira do Brasil. Em campo, a equipe também garantiu a festa de mais de 21 mil torcedores, batendo o Grêmio por 3 a 2 e terminando este sábado na quarta colocação do Campeonato Brasileiro.
O time foi obrigado a mandar o jogo no Pacaembu, já que o Palestra Itália recebe show do cantor Rod Stewart neste fim de semana. Mas o Verdão usou a mudança para homenagear e até se inspirar no título paulista de 1942 – em 20 de setembro daquele ano, o clube teve que deixar de ser Palestra para virar Palmeiras por pressão política e estreou vencendo o São Paulo por 3 a 1, sendo campeão em episódio que ficou conhecido como Arrancada Heroica.
Em 2015, a briga é no Brasileiro para entrar na zona de classificação para a Libertadores. E o Verdão não se intimidou com o Grêmio, que ocupa o terceiro lugar, e abriu o placar com Vitor Hugo, logo aos seis minutos. Ainda no primeiro tempo, Luan aproveitou bobeira da zaga para empatar, aos 20, e Barrios fez 2 a 1, aos 31. Rafael Marques ampliou, aos 14 do segundo tempo, e Luan converteu pênalti cometido por Amaral para diminuir a derrota, já aos 40.
O resultado faz o Palmeiras alcançar 44 pontos e em quarto lugar – segue no G4 se São Paulo e Flamengo não vencerem neste domingo. O Grêmio estaciona nos 48 pontos, na terceira posição. No meio desta semana, os dois times voltam suas atenções para as quartas de final da Copa do Brasil: o Verdão enfrenta o Inter, às 19h30 (de Brasília) de quarta-feira, no Beira-Rio, enquanto o Tricolor gaúcho encara o Fluminense, às 22 horas de quarta-feira, no Maracanã.
O jogo – O Palmeiras entrou em campo disposto a fazer do Pacaembu a sua casa, e preencheu o campo de defesa do Grêmio, não permitindo que o time adversário tivesse tranquilidade na saída de bola. A escalação de Marcelo Oliveira, com Rafael Marques na linha ofensiva e Zé Roberto na lateral esquerda, indicava a postura ofensiva.
A pressão fez o gol ocorrer em outra especialidade do técnico: balançar as redes na bola parada. A equipe gaúcha cometeu falta perto da lateral esquerda e Robinho a cobrou em direção à marca do pênalti, na entrada da pequena área. E Vitor Hugo aproveitou a saída errada do goleiro Tiago para se antecipar, cabeceando redes, aos seis minutos.
Empolgado, o Verdão soube ter a partida nas mãos. Thiago Santos colava em Douglas e desgrudava para pressionar e, muitas vezes, desarmar qualquer um dos quatro jogadores da linha ofensiva gremista. A postura adversária de se adiantar deixava as costas livre para que os anfitriões explorassem a velocidade de Gabriel Jesus e Lucas Barrios.
Nessa postura, Lucas Barrios e Jackson, após cobrança de escanteio, quase fizeram o segundo. O domínio era tão grande que o Palmeiras afrouxou um pouco a marcação e se desconcentrou. Pagou caro. Quando o Grêmio começava a acertar trocas de passes, Jackson tentou a saída com Rafael Marques e o atacante vacilou, deixando para Douglas cruzar nas costas de Jackson. Luan se esticou e bateu na saída de Fernando Prass para empatar, aos 20.
O jogo que estava nas mãos alviverdes passou a ficar aberto. O Grêmio chegou a virar, mas o gol de Luan, aos 24, foi anulado por impedimento. Na busca por tentar acertar a marcação, o Palmeiras, ao menos, encontrou em Lucas o melhor caminho para atacar, e o lateral direito quase não errou cruzamentos.
A arma ofensiva, então, deu resultado. Aos 31, Lucas alçou com perfeição na cabeça de Barrios, que recolocou o Palmeiras à frente. O ânimo gerou novo domínio e o Verdão teve Gabriel Jesus acertando travessão ao tentar cruzar, aos 37, e Barrios não alcançou cruzamento rasteiro com o gol vazio à frente, aos 41.
Na volta do intervalo, Zé Roberto saiu por precaução e Egídio passou a ocupar a lateral esquerda. Mas o que fazia a diferença para o Palmeiras era a intensidade para marcar e atacar. Gabriel Jesus não deixava nenhum marcador à vontade e de nada adiantou o técnico Roger trocar suas peças ofensivas, a marcação alviverde impedia o toque de bola que caracteriza a equipe gaúcha.
Mais presente em seu campo de ataque, e sabendo usufruir da vantagem, o Palmeiras foi criando chances até fazer o terceiro em jogada coletiva. Aos 14 minutos, Robinho roubou a bola, tabelou com Barrios e cruzou para Gabriel Jesus, que dividiu com a zaga e garantiu a sobra para Rafael Marques fazer 3 a 1.
O Grêmio se jogou ao ataque e Prass precisou fazer grande defesa em finalização de Everton. Aos 39, porém, o árbitro viu toque de mão de Amaral na grande área e marcou pênalti, que Luan converteu. Mas o Verdão antecipava a festa pelo “Dia do Palmeiras” e nada o atrapalharia. Como na Arrancada Heroica, o time garantiu a alegria de sua torcida no Pacaembu.