Está difícil parar o Santos de Dorival Júnior. No clássico desta quarta-feira, a vítima da vez foi o São Paulo. Com autoridade, o Peixe venceu por 3 a 0 e encostou de vez no G4 do Campeonato Brasileiro. A nona vitória seguida na Vila Belmiro, que se soma ao 13º jogo de invencibilidade do alvinegro praiano, deixou a equipe com 37 pontos, provisoriamente em 6º lugar na tabela de classificação. Já o Tricolor do Morumbi volta para a Capital na 4ª colocação, com 38 pontos, à frente do Atlético-PR apenas em função do critério de desempate. Ambos ainda terão de torcer contra o Flamengo nesta quinta. A vitória santista também mantém o tabu do time não perder um San-São em casa desde 2009.
Sem Lucas Lima e Geuvânio, Dorival Júnior resolveu apostar em Rafael Longuine pelo segundo jogo seguido. Já Juan Carlos Osorio mais uma vez surpreendeu ao anunciar a escalação do time. Michel Bastos começou no banco e Rogério foi mantido entre os titulares.
A ideia era pressionar a saída de bola santista, e o São Paulo até conseguiu dificultar as ações do Peixe por algum tempo, mas não o suficiente. Rapidamente, o time da casa se encontrou em campo e passou a dominar o jogo. Logo no primeiro tempo, David Braz abriu o placar de cabeça, após cobrança de falta de Zeca. E antes de descer para o vestiário, o Santos aproveitou a falha de Reinaldo na saída de bola e ampliou a vantagem com Rafael Longuine.
Osorio tentou arrumar o time no intervalo colocando Michel Bastos e Wesley nas vagas de Hudson e Wilder, respectivamente. Mas a postura em campo pouco mudou e logo no início do segundo tempo o Peixe marcou o terceiro com Ricardo Oliveira, que só escorou cruzamento de Victor Ferraz.
Agora, com a possibilidade de chegar ao G4 na próxima rodada, a 25ª, o Santos visita a Ponte Preta no domingo, no estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, às 11 horas. No mesmo dia, o São Paulo tenta reagir às 16 horas, mas a parada é mais complicada, contra o Grêmio, em Porto Alegre, na Arena do Grêmio.
Domínio santista
O primeiro tempo do clássico da Vila Belmiro teve momentos distintos, principalmente em função da mudança de postura dos visitantes. O Santos, como era de se esperar, iniciou o jogo tomando a iniciativa. O São Paulo, porém, para tentar evitar que a bola chegasse com facilidade aos ataques do Peixe, apostou em uma marcação alta, com Wilder, Pato e Rogério pressionando os zagueiros alvinegros.
A princípio, a atitude do Tricolor Paulista deu certo. O Santos teve mais dificuldades do que normal para fazer seu jogo. Porém, com a bola no pé, o time de Osorio não conseguia ser perigoso.
Com o passar do tempo, a equipe de Dorival Júnior foi se encaixando e a marcação são-paulina afrouxando. Assim, as chances de gol começaram a aparecer. A primeira aos 16 minutos, quando Gabriel dominou na área e rolou para Rafael Longuine bater. Mas Renan defendeu com segurança.
Aos 28, de novo o Peixe chegou com muita velocidade. Marquinhos Gabriel lançou Ricardo Oliveira na esquerda. O camisa 9 mandou de primeira para a área e Thiago Maia, infiltrando como ‘homem-surpresa’, furou na hora de bater, para a sorte da arbitragem, que nada marcou, mesmo com o volante em posição irregular.
De tanto pressionar, o Santos conseguiu seu gol aos 31. Zeca cobrou falta na área e David Braz resvalou de cabeça, mandando a bola no ângulo cruzado de Renan. 1 a 0.
O São Paulo assustou apenas aos 37, quando Pato cruzou e Rogério cabeceou bem. Vanderlei, então, fez bonita defesa. Mas o Tricolor sentiu o gol tomado e passou a errar muitos passes na saída de bola.
E em um vacilo destes, Reinaldo perdeu a bola para Renato perto da área e só pôde assistir Gabriel enfiar para Rafael Longuine, que bateu sem chances para o goleiro são-paulino. 2 a 0 em um clássico totalmente dominado pelo Santos na primeira etapa.
Para matar o jogo
O técnico colombiano do São Paulo tentou arrumar sua equipe na segunda etapa com as entradas de Wesley e Michel Bastos. Hudson e Wilder foi sacados. Mas a noite era mesmo do Peixe, que seguiu em busca de mais gols e logo aos 7 minutos ampliou sua vantagem no placar para 3 a 0.
A jogada foi feita por Renato e Victor Ferraz. Depois do cruzamento na área, Ricardo Oliveira mandou de primeira para o fundo do gol de Renan e chegou ao seu 16º gol na temporada.
Desta forma, se o São Paulo pretendia se lançar em busca de uma reação, o gol serviu como balde de água fria. O Tricolor sentiu demais a desvantagem e passou a jogar para não ser goleado.
Por outro lado, com tranquilidade, o Santos tocava a bola e chegava com perigo, principalmente pelas infiltrações de seus laterais. Gabriel quase marcou seu gol aos 15 minutos, assim como Marquinhos Gabriel, que assustou Renan em chute de fora da área.
Passada a metade da etapa final, Dorival já passou a pensar na sequência da competição e sacou Gabriel, Rafael Longuine e Ricardo Oliveira antes dos 35 minutos. Marquinhos, Serginho e Nilson foram para o jogo. Pelo Tricolor, Centurión ainda entrou na vaga de Pato, que pouco produziu nesta quarta.
O lance mais perigoso antes do apito final foi um chute de Michel Bastos, que apesar de colocar bela curva na bola, acertou o travessão. E o clássico chegou ao fim com abela vitória santista por 3 a 0 na Vila Belmiro.