A derrota para o Vasco na última quarta, clube que Cristóvão Borges também dirigiu, foi a fagulha que bastava para tocar fogo na campanha do treinador à frente do Flamengo. Contratado para substituir Vanderlei Luxemburgo no final de maio, Cristóvão comandou o Rubro-Negro em 19 jogos, somando oito vitórias, nove derrotas e dois empates em pouco mais de dois meses no cargo, mas sucumbiu à pressão externa e interna para abandonar o cargo.
O Flamengo anunciou a saída nesta tarde, garantindo que a decisão foi tomada “em comum acordo” com o treinador. Curiosamente, apesar do acordo, o desfecho foi lastimado pelo próprio clube. “O Flamengo lamenta a saída de Cristóvão, embora reconheça que os resultados não tenham sido aqueles esperados, o que não pode ser atribuído exclusivamente a ele.”
Mesmo com o diretor Rodrigo Caetano dando garantias quanto à manutenção no comando técnico, após a derrota para o Vasco, Cristóvão se mostrou farto das cobranças e pediu demissão, que foi acertada em comum acordo com a diretoria flamenguista em reunião nesta manhã. Hostilizado por parte da torcida nos estádios e também nas redes sociais, o técnico não era unanimidade nem no Conselho Gestor do clube.
A campanha regular no Campeonato Brasileiro, com oito derrotas, sete vitórias e um empate, coloca o Flamengo estacionado no meio da tabela, ocupando a 13ª posição, com 23 pontos. E não traduz os anseios da diretoria, que investiu pesado para reconfigurar o setor de ataque do time, contratando Paolo Guerrero, Emerson Sheik e Ederson, entre outros.
O aproveitamento de 45,8% dos pontos no nacional não foi o bastante para segurar Cristóvão Borges no cargo, que estreou pelo Flamengo no Brasileiro justamente contra seu último clube, o Fluminense, perdendo por 3 a 2 em jogo movimentado. O retrospecto ruim do treinador contra os ex-clubes, inclusive, não para por aí: contra o Vasco foram duas derrotas, uma pelo Brasileirão e outra, na última quarta, pela Copa do Brasil.
Foi justamente o resultado adverso pela primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil que custou o cargo do treinador. Em reunião na manhã desta quinta, ficou decidido, em comum acordo entre técnico e diretoria, o término do contrato. Especula-se que Oswaldo de Oliveira, técnico que nos tempos de Palmeiras já tinha admitido vontade de comandar o Rubro-Negro, é um dos nomes sondados para ocupar o cargo.
De imediato, a solução deverá ser Jayme de Almeida. Convocado para ‘apagar o incêndio’ após a saída de Vanderlei Luxemburgo, Jayme deve voltar ao comando provisoriamente para a partida contra o São Paulo, no fim de semana que marca o início do returno do Brasileirão, e contra o Vasco, já na próxima semana, pelo jogo de volta da Copa do Brasil.