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River Plate domina o Tigres, faz 3 a 0 e é tri da Libertadores após 19 anos

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Pela terceira vez na história, o Monumental de Núñez explodiu em festa pela conquista da América. Na noite desta terça-feira, o River Plate bateu o Tigres por 3 a 0 na decisão do torneio, e, após empate sem gols na ida, se sagrou tricampeão da Copa Libertadores, 19 anos depois de seu segundo título, e última oportunidade na qual havia chegado à final.

Os tentos que garantiram a taça ao time da casa em Buenos Aires foram anotados pelo atacante Lucas Alario, pelo meio-campista Carlos Sánchez (de pênalti) e pelo zagueiro Funes Mori.

As conquistas anteriores aconteceram em 1986 e em 1996, ambas decididas na casa dos Milionários diante do América de Cali-COL. Da segunda conquista, inclusive, o agora treinador Marcelo Gallardo participou como jogador (à época era um jovem meia promissor do River, atuando ao lado de estrelas como Hernán Crespo e Enzo Francescoli). Nesta quarta-feira, no entanto, Gallardo não esteve no banco de reservas, pois foi expulso no primeiro jogo e cumpriu suspensão. Em seu lugar, o auxiliar Matías Biscay ficou à beira do gramado.

Além disso, ao se sagrar campeão da Libertadores em 2015, a equipe argentina completa seu domínio em âmbito sul-americano, uma vez que havia conquistado a Copa Sul-Americana de 2014 e a última Recopa.

A caminhada para o título começou com mau desempenho na fase de grupos e classificação dramática como pior equipe das oitavas de final, após segundo lugar com apenas sete pontos na chave 6, liderada justamente pelo Tigres, que venceu o Juan Aurich-PER na última rodada, qualificando os argentinos. Na fase seguinte, despachou o arquirrival Boca Juniors no polêmico confronto com gás de pimenta atirado pela torcida em La Bombonera. Nas quartas, teve reação brilhante contra o Cruzeiro, e, após derrota por 1 a 0 em casa, fez 3 a 0 no Mineirão e se classificou para, na semi, passar com relativa tranquilidade pelo Guaraní-PAR.

A equipe mexicana, por sua vez, também teve trajetória de respeito para conseguir o feito histórico de se tornar o terceiro finalista de Libertadores do país em todos os tempos (após Cruz Azul, em 2001, e Chivas Guadalajara, em 2010).

Após a qualificação como líder do Grupo 6, segundo melhor de todas as chaves, o Tigres despachou o Universitario de Sucre-BOL nas oitavas, com vitória por 2 a 1 fora de casa e empate por 1 a 1 em Monterrey. Nas quartas, saiu em desvantagem contra o Emelec-EQU (1 a 0), mas reagiu em seus domínios (2 a 0) e passou à semifinal, na qual também saiu atrás do Internacional, após sofrer 2 a 1 no Beira-Rio, e impôs 3 a 1 em seu estádio para garantir vaga na decisão.

O River Plate começou a partida com time diferente daquele que arrancou empate por 0 a 0 na partida de ida, no Estadio Universitario, na região metropolitana de Monterrey. O lateral direito Mercado, suspenso, foi substituído pelo meio-campista improvisado Mayada. Do meio para frente, Tabaré Viudez e Rodrigo Mora sentiram problemas físicos e tiveram suas vagas ocupadas por Bertolo e Cavenaghi, respectivamente.

Sob canto constante em volume ensurdecedor da torcida mandante nas arquibancadas, a primeira etapa começou com a intensidade que se espera de uma decisão de Libertadores. Logo aos quatro minutos, Ponzio e Javier Aquino dividiram rispidamente no meio-campo e o mexicano ficou caído, suscitando protestos tímidos de ambos os times, contidos sem demora pelo árbitro.

Assim como aconteceu na ida, a equipe da casa dominou a posse de bola no início, mas não conseguia criar chances agudas. Aos oito minutos, para impedir saída rápida do Tigres, Lucas Alario deu entrada forte em Javier Aquino e recebeu o primeiro cartão amarelo da partida.

A primeira grande oportunidade de gol saiu aos 14 minutos, quando Funes Mori errou na saída de bola e perdeu para Rafael Sobis, que invadiu a área e cruzou para Gignac, mas o francês, de frente para o gol, não conseguiu dominar e perdeu chance clara de abrir o placar. Entretanto, o River seguiu trocando passes e controlando o jogo, ocasionando cartões amarelos para quatro adversários, entre faltas e reclamação: Jiménez, Juninho, Rivas e Gignac.

Os donos da casa responderam com boa ocasião ofensiva somente aos 38 minutos, quando o zagueiro Funes Mori carregou a bola até o meio-campo e deu belo passe em profundidade para Cavenaghi, que saiu livre cara a cara com Guzmán, mas parou em boa saída do goleiro adversário. Mas, pouco antes do intervalo e já sob forte chuva, o Monumental de Núñez pôde explodir em alegria. Aos 44 minutos, após bela jogada de Vangioni pela esquerda, com direito a caneta no marcador, Lucas Alario recebeu bom cruzamento no primeiro pau e se antecipou à defesa para desviar de cabeça para o fundo do gol e colocar os Milionários em vantagem.

Apesar da chuva, o início do segundo tempo foi corrido. Diante da desvantagem no placar, o Tigres passou a tocar mais a bola e buscar escapadas rápidas pelas laterais para pressionar o River, que por sua vez resistia através de boas intervenções da defesa.

Um dos atletas mais enérgicos da equipe mexicana em campo, o brasileiro Rafael Sobis causou advertência a dois jogadores do River nos primeiros minutos. Logo aos dois, Funes Mori levou amarelo por fazer falta dura no atacante adversário, e o mesmo aconteceu com Cavenaghi, aos dez.

Ainda que tenha voltado melhor à segunda etapa, o Tigres só finalizou aos 15 minutos, quando Guido Pizarro bateu rasteiro de longe, mas mandou no meio do gol e Barovero defendeu com facilidade. Aos 19, o técnico brasileiro Tuca Ferretti fez a primeira substituição do duelo, trocando Arévalo Ríos por Jesús Dueñas. Aos 24, o braço direito de Gallardo Matías Biscay, trocou Alario por Driussi.

A situação dos mandantes ficou muito mais complicada aos 27 minutos, quando, após erro na saída de bola, Javier Aquino chegou por trás e derrubou Carlos Sánchez, cometendo pênalti. O próprio meio-campista uruguaio foi para a cobrança e, com categoria, deslocou o goleiro Nahuel Guzmán para fazer 2 a 0. Na comemoração, tirou a camisa e foi advertido.

Logo em seguida, Cavenaghi saiu para a entrada de Pisculichi, deixando a faixa de capitão sob os cuidados do goleiro Barovero. O treinador Ricardo Ferretti também reagiu instantaneamente e trocou Jiménez pelo equatoriano Guerrón. A abalada equipe mexicana, no entanto, mal teve tempo de se recuperar do segundo golpe e após cobrança de escanteio de Pisculichi pela direita, o zagueiro Funes Mori cabeceou para o fundo do gol para praticamente sacramentar o título.

Nos últimos minutos, o veterano Lucho González ainda entrou no lugar de Kranevitter para participar do momento do título, que veio aos 46 minutos, com o apito final e o início de uma grande festa no Monumental de Núñez.

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