O São Paulo chegou neste domingo ao quarto jogo seguido sem vitória no Campeonato Brasileiro. Embora não tenha sido derrotado, como nas duas rodadas anteriores, a equipe treinada por Juan Carlos Osorio decepcionou sua torcida novamente e ficou apenas em empate por 0 a 0 contra o embalado Fluminense, em um fim de tarde muito frio no Morumbi.
O segundo empate consecutivo em casa frusta os planos do time, que poderia diminuir a distância para a liderança, mas soma um só ponto e chega a 18. Já o Fluminense conquista ponto importante, ainda que tenha findado a sequência de três triunfos iniciada depois de sua última visita à capital paulista, quando foi derrotado pelo Palmeiras.
Em busca novamente de recuperação, o São Paulo volta a campo na quarta-feira, quando visita o Vasco, em duelo transferido do Rio de Janeiro para Brasília. Um dia depois, o Fluminense recebe o Cruzeiro, no Maracanã.
O jogo – Neste domingo, antes da partida, apesar de gritar um a um o nome dos jogadores – exceto o de Luis Fabiano -, uma das torcidas organizadas são-paulinas também cobrou raça. Não foi exatamente o que faltou. No primeiro tempo, faltou principalmente iniciativa e organização em campo. Paulo Henrique Ganso, como tem sido habitual ultimamente, criava pouco quando buscava bola com os pontas Michel Bastos ou Alexandre Pato.
O meia fez a paciência da torcida se perder rapidamente, errando passes e perdendo bolas na intermediária. Uma das exceções positivas no começo do jogo foi Pato, que pediu novo posicionamento a Juan Carlos Osorio para não ser reserva de Luis Fabiano, único centroavante à disposição no elenco. O atacante deu bons dribles, tentou tabelas e quase abriu o placar em cabeceio aos 16 minutos. Diego Cavalieri, ajoelhado, espalmou a bola com a mão esquerda e evitou o gol.
Também foi ele quem ajeitou bola para Ganso arriscar de fora da área e mandar a bola rente à trave direita, pouco depois. O chute do camisa 10 pela linha de fundo foi uma das últimas jogadas de perigo do São Paulo antes do intervalo. O Fluminense, ao contrário, entrou no jogo a partir da metade da primeira etapa e também assustou o goleiro e capitão Rogério Ceni, que não se mostrava satisfeito com a liberdade oferecida ao adversário para avançar sobre Rafael Toloi e Edson Silva – dupla que neste domingo tinha a proteção de Lucão e Hudson.
Edson Silva, a propósito, contou com boa vontade da arbitragem para não ser expulso aos 28 minutos. Por um duro carrinho frontal m Wellington Silva, recebeu somente amarelo. Já seu colega de zaga, Rafael Toloi, proporcionou ao Fluminense uma das melhores oportunidades de gol ao sair driblando em direção ao ataque e perder a bola. Em rápido contragolpe, a equipe carioca acionou Gerson, que invadiu a área e caiu após sofrer tranco de Reinaldo. A reclamação de pênalti não foi atendida pelo árbitro.
Na parte final da etapa, o São Paulo ainda esboçou ligeira reação. Primeiramente, com arremate cruzado de Michel Bastos para fora, depois de puxar a bola da lateral direita para a entrada da área. Depois, foi a vez de Luis Fabiano acertar o travessão. O chute do centroavante foi invalidado por impedimento.
O segundo tempo foi ainda menos empolgante. Minutos depois de bater uma falta rasteira como se fosse um passe mal dado, Toloi viu seu parceiro mudar. Com cartão amarelo, Edson Silva deu lugar a Rodrigo Caio, que passou a atuar como volante, no lugar de Lucão (de volta à primeira linha). À medida em que o tempo passava, crescia a insatisfação da arquibancada – e o Fluminense, consequentemente, ganhava confiança para atacar.
Osorio respondeu aos pedidos e, aos 22 minutos, trocou Michel Bastos por Ricky Centurión. No primeiro minuto com o meia-atacante argentino em campo, Ganso quase justificou o motivo de não ter sido ele o são-paulino substituído. Quase, porque, depois de Pato desarmar Wellington Silva dentro da área e fazer ótimo cruzamento, o meia cabeceou fraco, nas mãos de Diego Cavalieri, para desespero da torcida.
A partir daí, o São Paulo cresceu e partiu em busca da vitória. Muito mais técnicos e ofensivos do que Lucão e Hudson, Rodrigo Caio e Wesley (que também deixou o banco na metade do segundo tempo) deram nova dinâmica no campo ofensivo, auxiliados também pela velocidade de Centurión. Mas, enquanto o primeiro usou a cabeça para carimbar o travessão e o ex-palmeirense arriscou de longe, o argentino pecou no momento de finalizar, justificando o 0 a 0.