O roteiro foi bem parecido. Assim como na Copa América de 2011, o Paraguai eliminou a Seleção Brasileira nas quartas de final – e agora terá pela frente a Argentina. A exemplo de quatro anos atrás, também nos pênaltis: 4 a 3, desta vez depois de empate por 1 a 1 no tempo normal, no Estádio Collao, em Concepción.
Se naquela ocasião todos os quatro brasileiros cobradores erraram, agora foram dois os vilões: Everton Ribeiro (que entrou nos minutos finais no lugar de Robinho, autor do gol), em chute rasteiro para fora, e Douglas Costa, que isolou a bola. Pelo Paraguai, o único a desperdiçar foi Santa Cruz, batendo a bola por cima do travessão de Jefferson.
O gol de Robinho, aos 14 minutos, chegou a deixar o time brasileiro à frente no placar. Um belo gol de jogada coletiva que passou a impressão de que a partida seria tranquila. Não foi. O Paraguai partiu para o ataque, impôs sufoco e foi premiado com um gol de pênalti, marcado por Delis González, na segunda etapa. Foi dele também a última cobrança na disputa decisiva.
O duelo com a Argentina está marcado para terça-feira, dia seguinte ao confronto entre Chile e Peru. O palco será novamente o estádio municipal de Concepción, às 20h30 (de Brasília). No mesmo local será a disputa pelo terceiro lugar, três dias depois.
Neste sábado, o primeiro tempo terminou com pressão paraguaia, mas começou com um Brasil muito agressivo, determinado a sair à frente no marcador. Logo com um minuto de jogo, Philippe Coutinho arriscou de fora da área e obrigou o goleiro Villar a espalmar a bola para escanteio.
Uma desatenção defensiva, oito minutos mais tarde, quase estragou os planos, porém. Em rápido contragolpe, Delis González foi acionado dentro da área, pelo lado direito, e cruzou rasteiro. O passe buscava Santa Cruz, que só não recebeu a bola porque Thiago Silva, mesmo desequilibrado, esticou-se ao máximo e a afastou pela linha de fundo antes de cair.
Passado o susto, o time brasileiro encaixou ótima troca de passes e balançou a rede rival. De pé em pé, a bola mudou de lado e chegou até a direita, de onde Daniel Alves fez cruzamento rasteiro. Philippe Coutinho deixou que a bola passasse e chegasse novamente a Robinho, no meio da área. O atacante bateu de primeira e concluiu com gol a bela jogada coletiva.
Apesar de a equipe de Dunga mostrar maturidade com a bola nos pés, o gol precoce a fez recuar mais do que o necessário. O Paraguai, antes satisfeito em se defender, passou a povoar mais o campo ofensivo e, por pouco, não empatou aos 29 minutos, quando um atraso de cabeça da zaga surpreendeu Jefferson. Encoberto, ele deu um passo para trás e agarrou a bola.
O lance não transmitiu segurança, mas foi exceção. Depois disso, o goleiro brasileiro foi acionado em uma série de bolas aéreas e se saiu bem em todas. Também se mostrou atento nas poucas finalizações de fora da área. A pressão paraguaia, embora visível, não chegou a ameaçar efetivamente a vantagem do Brasil, que sofreu mais com as entradas faltosas do adversário.
No retorno do intervalo, o time treinado por Ramón Díaz persistiu na busca pelo empate, e Jefferson iniciou a segunda etapa espalmando bolas. Uma delas, aos 16 minutos, muito difícil, em cabeceio de Paulo da Silva após cobrança de escanteio. O rival crescia, e o empate parecia questão de tempo. Como, de fato, foi. Aos 24 minutos, um toque de mão de Thiago Silva dentro da área permitiu que o Paraguai marcasse em cobrança de pênalti cobrada por Delis González.
Sem novas grandes chances de gol – mesmo com a entrada de Everton Ribeiro no lugar de Robinho -, a vaga foi decidida nos pênaltis. O descansado meia, a propósito, foi o segundo brasileiro a cobrar, o primeiro a errar, depois de Fernandinho marcar. Na quarta cobrança, após gol de Miranda, Douglas Costa também desperdiçou. Mas o Paraguai foi melhor. Apenas Santa Cruz errou. Martínez, Cáceres, Bobadilla e González colocaram o adversário diante da Argentina, na semifinal.
(Atualizada às 19h53)