Os seis jogos sem vitória e o risco de terminar a sétima rodada do Campeonato Brasileiro na zona de rebaixamento, além da desvantagem na Copa do Brasil, já que perdeu o primeiro duelo para o Sport, válido ainda pela terceira fase da competição, faz a diretoria santista ir ao mercado em busca de um novo técnico para comandar o time na sequência da temporada. A ideia inicial da diretoria, no entanto, não é demitir Marcelo Fernandes, e sim rebaixar o atual comandante da equipe para o cargo de auxiliar, no qual ele ocupou por cinco anos antes de ser efetivado após a saída de Enderson Moreira.
“O Marcelo está ciente de tudo. Aqui não tem traíra. É tudo conversado. O Santos quer continuidade. Ele poderia trabalhar junto (ao eventual novo técnico). Por que não? O Marcelo é coordenador da comissão técnica permanente”, explicou Modesto Roma Jr. Ao ser questionado sobre o interesse em trazer Oswaldo de Oliveira de volta ao Peixe após nove meses de sua demissão, o presidente alvinegro não negou a possibilidade.
“Todo grande técnico interessa. O Oswaldo é um grande técnico e saiu pela antiga gestão”, disse o mandatário, se negando, porém, a comentar a atitude do ex-presidente Odílio Rodrigues. “Eu não tinha cargo diretivo e não é correto falar sobre isso. Só quem senta a bunda nesta cadeira sabe o que se passa”, completou.
Em contato por telefone, Oswaldo de Oliveira, demitido pela diretoria palmeirense no início da semana, preferiu adotar o silêncio, por ora.
“Eu vou pedir a compreensão de vocês (jornalistas), muita gente está me ligando, mas eu quero descansar até segunda-feira e depois eu volto a falar. Peço, por favor, que você compreenda”, falou o técnico, com a educação que o caracteriza, sem dar maiores detalhes sobre a possibilidade que retornar à Baixada Santista.
Caso as conversas avancem e o Peixe realmente invista realmente em trazer Oswaldo de volta, Modesto Roma Jr já avisou que o treinador terá de aceitar um salário inferior aos seus padrões atuais. “O teto é o mesmo dos jogadores (R$ 200 mil por mês). Seja o Guardiola ou o Lula”, ressaltou Modesto.
Oswaldo de Oliveira deixou o comando do Santos em setembro de 2014 e recebia um salário mensal de R$ 400 mil. Na época, o técnico disputou 44 partidas, conquistou 25 vitórias, 9 empates e sofreu 10 derrotas. O treinador de 64 anos anos alcançou o vice-campeonato Paulista daquele ano, perdendo para o Ituano na final, e esteve próximo à briga pelo G-4 do Campeonato Brasileiro, mas tropeços seguidos para o grupo que liderava a competição derrubaram a equipe na zona intermediária da tabela.
Pela Copa do Brasil, deixou o time da Vila Belmiro nas quartas de final, após eliminar o Grêmio, vencendo no Sul, na partida marcada pelo caso de racismo contra o goleiro Aranha. Oswaldo também trabalhou no Santos em 2005, sendo demitido pós 16 jogos (9 vitórias, 4 empates e 3 derrotas).
Antes de efetivar Marcelo Fernandes no cargo, a diretoria santista conversou com Vagner Mancini e Dorival Jr, mas foi convencida pelo elenco a promover o ex-zagueiro do próprio clube. Campeão Paulista logo em seu primeiro desafio, Fernandes já comandou a equipe em 24 jogos e tem o saldo de 12 vitórias, 7 empates e 5 derrotas.
Na terça-feira, Marcelo Fernandes admitiu que sabia que outros técnicos estavam sendo oferecidos ao clube por um empresário muito ligado a Modesto Roma Jr. Sérgio Guedes e Guto Ferreira foram os nomes avaliados. Mesmo assim, o atual treinador do Peixe se diz tranquilo e nunca deixou claro se pretende manter a carreira em outro time, caso seja demitido, ou se toparia regressar ao cargo de auxiliar. Atualmente, Marcelo Fernandes recebe cerca de R$ 25 mil por mês, salário muito abaixo dos principais técnicos do país.