Em sua melhor apresentação na temporada e com um show de Nilmar, o Inter pulverizou a Universidad de Chile com uma goleada por 4 a 0, no Estádio Nacional, e encaminhou a classificação às oitavas de final da Libertadores. A tendência é ficar com a primeira colocação do Grupo 4. Para isto, precisa somar apenas um ponto na rodada final, em casa, contra o The Strongest. Vencendo os bolivianos, o Inter poderá acabar entre as quatro melhores campanhas da primeira fase do torneio. O confronto do momento aponta um mata-mata contra o chileno Colo Colo.
Antes do jogo, Aránguiz foi saudado pelos torcedores e pelos jogadores de La U, seu ex-clube. E ouviu uma vez mais a sua música: Príncipe Charles, entoada pela torcida chilena. Homenagens à parte, o clima era de final de campeonato. Somente uma vitória colocaria a Universidad de Chile de volta à briga no Grupo 4. Uma vitória encaminharia a classificação do Inter às oitavas.
Neste ambiente, mais de 20 mil chilenos empurravam os donos da casa para cima dos colorados. Um elemento a mais de pressão surgiu nas arquibancadas: uma provocativa faixa em azul e preto, na qual estava escrito: Mazembe 2-0. O Inter respondia com os seus cerca de 500 torcedores nas cadeiras do Estádio Nacional.
Mas quem disse que em decisões não ocorrem erros infantis? O zagueiro Gonzáles dominou a bola ao lado da área. Nilmar o cercava. Então ele passou para o goleiro Herrera, que correu com a bola no pé, de costas para Nilmar. Mal sabia ele que não se pode dar as costas para Nilmar. O camisa 7 do Inter ligou o turbo e saiu em perseguição ao goleiro. Cinco passos depois, Nilmar dava um biquinho na bola e um assustado Herrera via o 1 a 0 do Inter se materializando.
A torcida chilena, ainda impactada, assistia aos colorados comemoraram o gol de Nilmar quando, três minutos depois, nasceu o 2 a 0. D’Alessandro passou para Nilmar, que fez um passe perfeito para Sasha ficar cara a cara com Herrera e marcar o segundo.
O segundo gol doeu na alma chilena. Para quem precisava vencer, foi um péssimo começo de jogo. La U foi para cima e viu um Inter bem armado na defesa. Depois de se garantir atrás, o Inter voltou à carga. E Nilmar aprontou mais uma sobre a já desestabilizada defesa chilena. Depois de adiantar a bola, ele acabou desarmado pela defesa, que não conseguiu se livrar do atacante, tampouco afastar a bola. Resultado? Nilmar de novo esticou o pé e empurrou a bola para dentro do gol com o bico da chuteira. Aos 32 minutos do primeiro tempo, no Chile, o Inter goleava por 3 a 0.
O primeiro tempo chegou ao fim com o banco de reservas do Inter invadindo o gramado para cumprimentar os titulares. No meio-campo, os 11 jogadores da Universidad de Chile, cabisbaixos, conversam, enquanto escutavam os solidários e sentidos aplausos da sua torcida.
– Tentei explorar quando ele (Gonzáles) recuou para o goleiro (Herrera, com quem Nilmar jogou junto nos tempos de Corinthians). Até porque poucos goleiros têm qualidade para jogar. Aproveitei o recuo, que foi um pouco lento – comentou Nilmar, ao falar sobre o primeiro gol, no intervalo.
No retorno para o segundo tempo, uma tentativa desesperada dos chilenos em buscar o empate. Tiveram duas chances na frente de Alisson e foram desarmados. Aos seis minutos, Juan lançou Nilmar, que só não fez o gol porque sofreu pênalti. D’Alessandro bateu e Herrera defendeu. Na sequência, uma pequena confusão. D’Alessandro foi cobrar o escanteio e acabou recepcionado por alguns objetos atirados das arquibancadas. Depois de algum empurra-empurra entre os jogadores e de vaias das arquibancadas, a partida foi retomada.
Os Flautistas: o aniversário de D'Alessandro
E o quarto gol do Inter, que não aconteceu no pênalti, chegou através da ponte-aérea Sasha-Valdívia. Sasha lançou para Valdívia que, na entrada da área, se livrou de seu marcador com um toque e chutou pelo meio das pernas de Herrera. Da arquibancada colorada surgiu a contagem de “um, dois, três, quatroooo”, em comemoração à maior goleada do Inter como visitante na história da Libertadores. Revoltada com a goleada e com a eliminação, a torcida de La U passou a estourar foguetes desde as suas arquibancadas.
Este foi o 22° jogo do Inter no ano. Esta foi a 22ª escalação. E a melhor de todas as apresentações. Diego Aguirre está consolidando uma nova forma de dirigir um time de futebol no Brasil. E, ao que tudo indica, se colocando entre as melhores campanhas da primeira fase da Libertadores.