Internacional e Grêmio passaram a semana fazendo ações para o clássico que teve um setor com torcida mista no Beira-Rio neste domingo, mas faltou o ingrediente principal: gol. A marcação, principalmente do lado tricolor, venceu e o primeiro duelo entre os arquirrivais nesta temporada ficou 0 a 0, pelo Campeonato Gaúcho.
O Colorado teve mais a bola, mas raramente conseguiu se desencaixar da marcação do Tricolor, que criou uma série de chances nos últimos minutos do primeiro tempo e, no resto da partida, limitou-se a proteger a área de Marcelo Grohe à espera de um contra-ataque que não se acertou. Assim, o clássico terminou sem redes balançadas.
O resultado faz o Inter atingir 13 pontos, em quarto lugar, enquanto o Grêmio fica com 11, em oitavo, último lugar que garante classificação. O Colorado volta a campo na quarta-feira, às 22 horas (de Brasília), quando recebe o equatoriano Emelec pela Libertadores, enquanto o Tricolor só joga no sábado, em casa, diante do Caxias, pelo Estadual.
O jogo – Diego Aguirre resolveu apostar na movimentação para vencer seu primeiro clássico como técnico do Inter e armou o time baseando-se na correria de Valdivia e Nilmar com a Anderson encostando e Alex buscando a bola na defesa. E foi na vontade que os anfitriões conseguiam se aproximar da área, já que pouco havia espaço para os laterais subirem.
Luiz Felipe Scolari optou por estratégia oposta. Preencheu o meio-campo com três volantes, apostou em laterais marcadores como Matías Rodriguez e Marcelo Oliveira para bloquear a área de Marcelo Grohe e apostava na qualidade do passe de Douglas para acionar a velocidade de Yuri Mamute e Lincoln.
Neste posicionamento tático, os primeiros minutos foram de Valdivia, que pedia a bola e não parava de correr. Chamou tanta atenção que abriu espaço para que Cláudio Winck tivesse a sua grande oportunidade de cruzar, colocando a bola na cabeça de Nilmar, mas o atacante desviou fraco, para fora, aos 13 minutos.
Do outro, Felipão se irritava com passes curtos e fraco de Douglas nas chances do Tricolor de contra-atacar. Era o que faltava para o time, que tinha encaixado o setor ofensivo colorado em sua marcação e só sofreu perigo em cobrança de escanteio fechada de Valdivia que não virou gol olímpico graças a Marcelo Grohe, aos 30 minutos.
Quando Araújo se soltou para ajudar o sumido e bem marcado Douglas, com subidas mais frequentes de Fellipe Bastos, o Grêmio saiu da defesa e quase foi para o intervalo vencendo. Entre os 35 e os 41 minutos, explorando as costas de Cláudio Winck, Lincoln parou duas vezes em Alisson, que também salvou gol de Yuri Mamute e torceu na cobrança de falta de Fellipe Bastos que passou rente à sua trave.
Para o segundo tempo, Scolari entendeu que Douglas precisava de ajuda e trocou Araújo por Giuliano, na esperança de mais qualidade nos contra-ataques. Aguirre, por sua vez, aumentou a velocidade do setor ofensivo, trocando Valdivia por Vitinho, e impondo maior movimentação a Nilmar para fazer o Inter jogar.
Na prática, Giuliano foi mais um marcando e não apareceu como desejava seu técnico. O Grêmio se limitou a manter o bloqueio às laterais e na entrada da grande área, à espera de um contra-ataque, enquanto o Inter passou todo o segundo tempo buscando um espaço para finalizar. Só conseguiu cabeçada de Paulão que parou em Marcelo Grohe, já aos 40 minutos do segundo tempo. O clássico terminou sem gols.