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Corinthians abandona renovação e tem pior ano desde o rebaixamento

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O Corinthians caiu para a segunda divisão em 2007 e, quase que em um passe de mágica, pareceu se dar conta do tamanho que tem. Passou a cobrar mais por seus jogos, sua camisa, ganhou todos os títulos possíveis e adotou uma linha moderna de pensamento: acreditando no trabalho de treinadores e apostando a longo prazo em atletas. Em 2016, porém, tudo isso foi por água abaixo, fazendo parecer que o clube retrocedeu uma década em apenas uma temporada.

Após iniciar uma temporada promissora como atual campeão brasileiro, o Alvinegro viu a base do seu elenco se esfacelar em menos de um mês, estreando no Campeonato Paulista já sem seis titulares da equipe que levou o título nacional (Gil, Ralf, Jadson, Renato Augusto, Malcom e Vagner Love). Em junho, foi a vez de Tite, comandante mais vitorioso levar consigo outra barca, dessa vez na comissão técnica. A ele se seguiram três nomes (Cristóvão Borges, Fábio Carille e Oswaldo de Oliveira), todos com menos de três meses no cargo.

Em campo, também deixaram o clube o zagueiro Felipe, os volantes Bruno Henrique e Elias, e os atacante André e Luciano. Até então brigando pelo título nacional, o time não aguentou tantas baixas e acabou sucumbindo na sequência do ano, sofrendo para se manter entre os seis primeiros até as últimas rodadas, quando ficou consolidada sua derrota na briga por uma vaga na Libertadores de 2017.

O torneio continental, por sinal, trouxe algumas das poucas alegrias do ano, assim como a razoável campanha no Campeonato Paulista. Fechando a temporada, o clube ainda amargou mais uma queda no estádio do Mineirão, dessa vez contra o Cruzeiro, mostrando-se incapaz de segurar a vantagem conquistada em Itaquera: 4 a 2 para os mineiros, longe de estarem entre os melhores do ano.

Comparada com as temporadas que se sucederam ao descenso, foi apenas a terceira vez que o time fechou o ano sem ganhar ao menos um título (2010 e 2014 também passaram em branco), mas perde em comparação aos anos em questão devido à campanha no Brasileiro. Sétimo no Nacional de 2016, o Timão havia sido terceiro e quarto colocado nas outras edições, respectivamente.

CAMPEONATO PAULISTA

O Campeonato Paulista rendeu alguns bons momentos ao torcedor corintiano, como o bom início, a vitória por 2 a 0 no clássico contra o São Paulo e a primeira colocação geral da competição na fase de classificação. No meio de tudo isso, porém, as derrotas nos clássicos frente a Santos (2 a 0 na Vila) e Palmeiras (1 a 0 no Pacaembu, com direito a pênalti perdido por Lucca) já mostravam que o clube teria dificuldades em jogos grandes.

No mata-mata, passou com facilidade pelo Red Bull ao golear por 4 a 0, em jogo que determinou um dos fatos polêmicos do ano: Giovanni Augusto se machucou após abrir o placar, abrindo espaço para Alan Mineiro entrar no seu lugar, também balançar a rede e conquistar Tite, a ponto de ser escalado como titular na semifinal, contra o Audax, e, posteriormente, contra o Nacional, no Uruguai, pela Libertadores.

Contra o time de Osasco, os alvinegros sofreram seu primeiro revés no ano. Após um empate por 2 a 2 no tempo normal, quando correram sério risco de cair ainda nos 90 minutos, expuseram outra fraqueza que acompanhou o time durante o ano: a cobrança de pênaltis. Na decisão, errou duas vezes, com Fagner e Rodriguinho, e caiu pela quarta vez em um mata-mata dentro do estádio de Itaquera.

LIBERTADORES DA AMÉRICA

A campanha na Libertadores da América começou já sem muita pretensão por parte dos corintianos, incomodados com o desmanche e descrentes da capacidade de decisão dos contratados. Além disso, o clube teria pela frente um grupo complicado, com o tradicional Cerro Porteño e Independiente Santa Fé, então atual campeão da Copa Sul-Americana. A estreia, porém, foi contra o pequeno Cobresal-CHI, com uma vitória já nos acréscimos do segundo tempo, fruto de um gol contra.

Depois daquilo, mesmo sem empolgar, equipe foi fazendo sua lição de casa. Venceu os dois principais rivais em Itaquera, segurou um empate fora de casa na Colômbia e, com uma goleada por 6 a 0 sobre os chilenos, na última rodada, voltou a animar a torcida. No duelo, por sinal, Marlone marcou o gol que pode lhe dar o Prêmio Puskas de mais bonito do ano, entregue pela Fifa.

A lua de mel entre time e torcida, porém, não demorou a acabar. Diante de um tradicional, porém apenas mediano Nacional-URU, os corintianos não conseguiram resistir à catimba e maior efetividade do rival. Depois de empatar sem gols na casa do rival, saíram atrás em Itaquera, empataram logo depois, mas levaram 2 a 1 no começo do segundo tempo.

Aos 39 minutos, André teve a chance de empatar e aumentar as chances de vaga nas quartas de final. Seguindo a linha de insucesso dos companheiros, no entanto, bateu muito mal o pênalti sofrido por Marquinhos Gabriel, no meio do gol, nas mãos do goleiro. Ainda antes do fim, Marquinhos, que havia acabado de chegar ao Timão, converteu outra penalidade, mas não houve tempo para uma reação, consolidando a quinta queda seguida no novo estádio.

COPA DO BRASIL

No mata-mata nacional, o Corinthians se apoiou totalmente na figura do meia Rodriguinho. Classificado já a partir das oitavas de final da competição, o clube encarou o Fluminense nessa fase. Na primeira partida, sob a batuta de Cristóvão Borges, empatou por 1 a 1, fora de casa. Na segunda, a primeira após a demissão do treinador, Fábio Carille conseguiu armar o time para o triunfo por 1 a 0,  com direito a muita reclamação do adversário. Rodriguinho foi o autor de ambos gols corintianos.

Porém, nas quartas de final, o time mostrou a mesma insegurança de toda a temporada. Após abrir 2 a 0 em Itaquera, com Carille, levou gol quando o jogo parecia dominado e diminuiu muito sua vantagem para a volta. No Mineirão, na segunda partida com Oswaldo, fechou o primeiro tempo empatado por 1 a 1, contando com mais um gol de Rodriguinho, mas se esfacelou na etapa final. Três gols dos donos da casa, vantagem que nem o tento feito por Rildo, já no encerramento, pôde reverter.

CAMPEONATO BRASILEIRO

A defesa do título de campeão brasileiro começou animadora para o Corinthians, mas, assim como no restante do ano, degringolou com o passar do tempo. Com Tite e Cristóvão Borges, o primeiro turno rendeu bons momentos, como a vitória de virada sobre o Coritiba, em casa, já nos acréscimos, e o triunfo no clássico contra o Santos, também em Itaquera.

Depois, já sem o atual treinador da Seleção Brasileira, emendou uma sequência de sete jogos sem perder, com direito a uma goleada por 4 a 0 sobre o Flamengo, com show de Romero, e triunfo por 1 a 0 sobre o Internacional, no Beira-Rio. Naquela ocasião, o gol marcado por Elias, no dia 31 de julho, deu ao time a única rodada finalizada na liderança desta edição do torneio, já na 17ª jornada.

Desde então, no entanto, mais sofrimento para os corintianos. Sem Elias, Bruno Henrique, André e Luciano, todos titulares em ao menos algum momento do torneio, o time não conseguiu aproveitar os poucos bons momentos, como a vitória por 3 a 0 sobre o Sport e o empate por 2 a 2 com o Flamengo, no Maracanã. Emplacando duas vitórias seguidas apenas quando encarou Santa Cruz e América-MG, o time logo se distanciou da briga pelo título.

As dez últimas rodadas foram praticamente voltadas a brigar por uma vaga na Copa Libertadores. O time ainda conseguiu explodir o torcedor em festa ao derrotar o Inter novamente por 1 a 0, dessa vez em Itaquera, contribuindo para a queda dos gaúchos. Os empates contra Chapecoense, Atlético-PR e Figueirense, porém, impediram o time de se garantir no torneio continental antecipadamente, mesmo com os tropeços de rivais diretos.

Com isso, o time chegou para a última partida do ano precisando derrotar o Cruzeiro fora de casa, feito que ocorreu apenas uma vez no segundo turno, ganhando do Santa Cruz praticamente em campo neutro, em Cuiabá (MT). Nada feito: os cruzeirenses venceram por 3 a 2 e tiraram qualquer chance de vaga, forçando ainda outra aparição da diretoria. Oswaldo de Oliveira, com menos de dois meses como treinador, foi demitido.

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