Investigação preliminar de autoridades colombianas sobre a tragédia com o avião que transportava a Chapecoense, e caiu perto de Medellín matando 71 pessoas, aponta que a aeronave da Lamia tinha peso superior ao reportado e que o piloto sabia que o combustível não era suficiente para a viagem.
Segundo o coronel Freddy Bonilla, um dos responsáveis pelo caso, o avião transportava mais de 1.000 quilos a mais do que o informado no plano de voo, o que fez o consumo de combustível aumentar, numa situação já extrema.
A investigação também detalha os diálogos registrados pela tripulação na caixa-preta da aeronave, que tinha quase 20 anos de uso. Eles mostram que a tripulação estava ciente da falta de combustível. E que chegou a ser discutida uma escala em Letícia, outra cidade colombiana, para reabastecimento, mas o que não acabou acontecendo.
"Os membros da tripulação eram conscientes da limitação de combustível, e que não era o adequado para chegar em Rionegro (onde fica o aeroporto de Medellín)", disse Bonilla.
Segundo o coronel, mesmo assim em nenhum momento a tripulação alertou a torre de controle sobre o problema. E que apenas sete minutos antes do acidente a tripulação diz que havia problemas.
Bonilla também detalhou como foi a sequência dos efeitos da falta de combustível no avião. "A velocidade começa a ser reduzida. O motor número 3 começa a se apagar devido à falta de combustível. Este avião tem 4 motores e nesse momento começa o desligamento não intencional do motor 3. A tripulação não reporta. 12 segundos depois, começa a se desligar o motor número 4. A controladora pergunta se o piloto precisará de auxilio em terra após pouso. Repito, novamente, não foi falada situação em que se encontrava", disse o coronel.