A Argentina não vencia há quatro jogos e poderia virar o ano fora da zona de classificação para a Copa do Mundo de 2018 nas Eliminatórias Sul-americanas. O cenário era perigoso e tenso, mas, Messi transformou, sozinho, o duelo contra a Colômbia, em San Juan, no estádio Bicentenário, em uma partida revigorante e de consagração. Sob regência do camisa 10, a seleção alviceleste fez 3 a 0 nos colombianos e alçou para a quinta colocação da competição, com 19 pontos, agora sim em uma posição mais confortável.
Está certo que forçaria ainda a disputa de uma repescagem, mas, com oito rodadas pela frente, a expectativa já é outra, principalmente porque a distância para o G4 é de apenas um ponto. Já para a Colômbia a derrota foi desastrosa. A equipe caiu três posições, deixou o G4 e assumiu o posto que antes era de seu algoz desta terça: a sexta colocação, com 18 pontos.
Desde os primeiros minutos, ficou claro que a situação da Colômbia seria complicada. Ciente da pressão sobre seus ombros, o craque do Barcelona queria jogo e sabia que uma reação da Argentina dependia em boa parte de sua atuação. E Messi não decepcionou. Antes dos dez minutos, já colocou a seleção alviceleste na frente com um lindo gol de falta. Na comemoração, um Messi aguerrido, vibrante, com a cara de seus conterrâneos e bem diferente da maioria de seus momentos na Catalunha.
A Colômbia sentiu o golpe e tinha dificuldade para chegar ao ataque com perigo. As bolas paradas eram as grandes chances da equipe de José Pekerman, mas não suficientes ao mesmo tempo. Dessa forma, era questão de tempo o segundo gol argentino, que novamente teve Messi como protagonista.
Dentro de sua característica, o camisa 10 fez toda a jogada pela direita, puxando para o centro, até achar Lucas Pratto dentro da área. Um lançamento primoroso que o centroavante do Atlético-MG não desperdiçou. Higuaín, no banco de reservas, talvez tenha sido o único que não ficou tão feliz com o segundo gol da Argentina.
Nada que tirasse o brilho de Lionel Messi, que ditava o ritmo do jogo, acelerava, cadenciava, e até falta marcava com os gritos diante das dúvidas da arbitragem. Na arquibancada, alguns torcedores faziam gestos de reverência ao jogador cinco vezes melhor do mundo.
Toda a adrenalina do primeiro tempo talvez tenha desgastado demais os argentinos para a etapa final. A pressão diminuiu e até Messi já era mais discreto. Os Hermanos, acima de qualquer coisa, sabiam da importância de garantir os três pontos e preferiram administrar o resultado sem se expor no campo. Já não havia mais necessidade de atacar com tanta volúpia e a Colômbia, apesar de James Rodriguez, Copete e Falcao Garcia, sequer chutava a gol.
Mesmo assim, Di Maria acertou a trave de David Ospina depois de receber passe açucarado de Messi. Quando todos pareciam esperar o apito final, Messi corou sua atuação ao surpreender o defensor colombiano, tomar a bola e deixar Di Maria sem goleiro, dentro da pequena área. Dessa vez o atacante do PSG não teve como errar: 3 a 0.
E ficou nisso. Uma vitória fundamental e muito comemorada por jogadores, comissão técnica e torcedores. O centro das atenções, claro, era o capitão argentino, que acabou abraçado por todos. Além de dar um pouco de tranquilidade para Edgardo Bauza, os três pontos principalmente afastam parte do temor da não classificação à Copa do Mundo de 2018, a ser disputada na Rússia.