O desfalque de Neymar, suspenso, não impediu a Seleção Brasileira de manter o seu aproveitamento impecável sob o comando de Tite. Na noite desta terça-feira, a equipe nacional não teve dificuldades para fazer 2 a 0 sobre a frágil Venezuela, em Mérida, com gols de Gabriel Jesus e Willian. Um apagão nos refletores do estádio paralisou o jogo por pouco mais de 20 minutos, no segundo tempo.
O resultado levou o Brasil à liderança das Eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo. Antes desacreditada, a Seleção subiu para 21 pontos depois de bater Equador (3 a 0), Colômbia (2 a 1), Bolívia (5 a 0) e Venezuela com Tite no banco de reservas. O Uruguai, que empatou por 2 a 2 com os colombianos também nesta terça-feira, ficou para trás, com 20. Os venezuelanos somam apenas 2 e estão na lanterna.
A Seleção Brasileira voltará a se reunir em novembro para enfrentar a Argentina, no Mineirão, e o Peru, em Lima. No mesmo período, a Venezuela buscará a sua reabilitação contra a Bolívia, em casa, e diante do Equador, como visitante.
O jogo – Atuando no campo de ataque da Venezuela desde os primeiros minutos, o Brasil logo foi recompensado. O goleiro Hernández entregou a bola de presente para Gabriel Jesus aos sete, e o atacante do Palmeiras mostrou categoria para concluir por cobertura e abrir o placar.
Incrédulo com o erro de Hernández, o técnico e ex-goleiro Rafael Dudamel ficou frenético à beira do gramado, tentando corrigir os problemas da Venezuela com berros. A sua equipe até tentava responder, mas pecava pela falta de técnica. Quando avançava, dependia muito dos lampejos de talento de Peñaranda.
Do outro lado, a Seleção Brasileira jogava tranquila, graças à vantagem que construiu rapidamente. Pressionava a saída de bola venezuelana e obtinha alguns desarmes providenciais, porém não tinha ímpeto para transformar o grande volume de jogo em oportunidades de gol.
A melhor chance de ampliar o placar no primeiro tempo surgiu justamente de uma roubada de bola. Aos 32, Paulinho arrancou em velocidade contra a desarmada defesa adversária e passou mal para Gabriel Jesus, que devolveu. Já dentro da área, o volante chutou mascado, perto do alvo.
Apesar de não ter aumentado tanto o ritmo no princípio da segunda etapa, o Brasil achou o seu gol outra vez aos sete minutos. Renato Augusto apareceu na ponta esquerda para jogar a bola para a área, e Willian correu por trás da defesa, na direita, e arrematou cruzado para a rede.
Com 2 a 0 no placar, a partida pareceu ficar ainda mais fácil para o Brasil. A frágil Venezuela já tinha forças nem para puxar contra-ataques com Peñaranda. E só não foi vazada novamente aos 12 minutos, em cabeçada de Renato Augusto, porque o árbitro peruano Victor Carrillo viu impedimento de Gabriel Jesus no lance.
A partir de então, o técnico Dudamel sacou Juanpi para a entrada de Guerra na Venezuela, propondo um jogo aberto com o Brasil. Chegou a fazer o goleiro Alisson enfim suar a camisa, porém também expôs a sua defesa a investidas como a que culminou em um chute de primeira de Gabriel Jesus, quase da marca do pênalti. Hernández defendeu.
Não foi apenas o Brasil que conteve o esboço de reação da Venezuela. Aos 28, pouco após Willian se chocar com uma placa de publicidade, um apagão nos refletores do estádio paralisou a partida por cerca de 20 minutos. Quando a energia foi restabelecida, a equipe de Tite tratou de esfriar o jogo.
O técnico também fez a sua parte. Colocou Giuliano e Taison nos lugares de Philippe Coutinho e Willian e viu o novo líder das Eliminatórias sul-americanas passar os últimos minutos do confronto com o lanterna sem ser ameaçado.